sábado, 24 de setembro de 2011

western épico


Era uma vez... A obra prima de
 Sergio Leone

Há mais de quarenta anos surgia um épico do faroeste



  No final da década de sessenta do século XX, o cinema mundial vivia seu auge na chamada “época de ouro”. Um gênero tipicamente hollywoodiano vinha sendo concebido de uma forma mais requintada na Europa, mais precisamente na Itália.


  Spaghetti Western ou faroeste espagueti, um gênero produzido no país da macarronada rendeu algumas obras primas dirigidas pelo cineasta Sergio Leone (1929 - 1989), o maior expoente e considerado o criador do faroeste italiano em obras que retratam o velho oeste norte-americano de uma forma mais crua e até divertida. Filmes como Três Homens em Conflito, Por um Punhado de dólares e Por uns dólares a mais, todos de Leone, compõem a chamada trilogia dos dólares, muito aclamada por público e crítica.

Sergio Leone


Sergio Leone e o elenco do filme

  “Era Uma Vez no Oeste” (C’era una volta Il West, 1968) foi concebido de forma quase ritualística escrito por três renomados roteiristas, Bernardo Bertolucci, Dario Argento e o próprio Leone. Belamente filmado com magistral fotografia, o filme recria o território árido e quase inóspito do oeste com cenários amplamente construídos e uma riqueza infinita de detalhes indescritíveis.

   Na concepção fotográfica, a maior surpresa são as paisagens compostas por lugares desérticos e canyons localizados na Itália e na Espanha, para representar as paisagens naturais do velho oeste americano. Há também uma incrível sonoplastia que pode ser ouvida como uma trilha sonora composta por sons naturais tais como o rangido insistente de um catavento, rangido de portas ou o som da fornalha do trem, semelhante à respiração humana, num exercício que se assemelha à metalinguagem, mas que tem a função de criar tensão, necessária ao suspense da trama.


Duelo final

Claudia Cardinale e Henry Fonda





Capa do disco contendo a trilha sonora
     

Cartaz de cinema


 


 








Maestro Ennio Morricone

  Embora seja considerado uma releitura de vários clássicos do faroeste hollywoodiano tais como Matar ou Morrer, A Conquista do Oeste ou Os Brutos também Amam, a obra de Leone revela-se não menos surpreendente que as obras do cinema norte-americano, o que se faz notar na trilha sonora impecável de Ennio Morricone, embalada pela voz  angelical da  soprano italiana  Edda Dell'Orso  que acompanha as cenas inesquecíveis deste épico que retrata de maneira fabulosa a jornada de personagens que buscam um norte para suas vidas em meio à selvageria e ambição humanas, e o crescente progresso da civilização retratado nas estradas de ferro que atravessam extensos territórios a serem desbravados.

  

  “Era Uma Vez no Oeste” é obra obrigatória para todo cinéfilo ou amantes do western, principalmente por reunir mitos como Henry Fonda, Charles Bronson, Jason Robards e Claudia Cardinale em cenas memoráveis da historia do cinema. Filme repleto de significados e significações pode ser melhor traduzido nas palavras do mestre Sergio Leone: “O ritmo do filme pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. Era Uma Vez no Oeste é do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens do filme exceto Claudia Cardinale, tem consciência de que não chegarão vivos ao final”.
Trailer




Título original: (C'era una Volta il West)

Lançamento: 1969 (Itália, EUA)

Direção: Sergio Leone
Atores: Henry Fonda, Claudia Cardinale, Charles Bronson, Jason Robards.

Duração: 166 min
Gênero: Faroeste







quinta-feira, 8 de setembro de 2011

deus guerreiro

THOR
Uma aventura mitológica entre o Céu e a Terra

  Recentemente lançado em DVD, o filme Thor revela-se um dos projetos mais difíceis da Marvel, por tratar-se de uma aventura que traz mais elementos de fantasia do que ficção científica, um pouco diferente de outros filmes de super-heróis. O personagem originário da mitologia nórdica e "adotado" pela Marvel como um super-herói pode agradar o público que gosta de aventura épica além daqueles que gostam de histórias em quadrinhos.
  
Keneth Branagh


   Com direção de Keneth Branagh, o longa traz uma concepção de arte impecável ao recriar nas telas do cinema o mundo de Asgard, lar dos deuses nórdicos, ostentando infinita riqueza de detalhes enaltecidas por uma cor dourada resplandecente, conferindo um aspecto divino à cidade habitada por seres superiores, que dominam magia e ciência. Álias, provavelmente o visual do filme e a escolha do elenco é que sejam as maiores justificativas para a direção de Branagh, que além de cineasta é um ator inglês de formação teatral e raramente é visto em produções comerciais. 





 




  Anthony Hopkins, ator por excelência brilha desta vez interpretando Odin, rei dos deuses nórdicos e pai de Thor e Loki (Tom Hidleston). Ao desentender-se com o pai, Thor (Chris Hemsworth) é banido para a terra e destituído de seus poderes advindos do martelo mjolnir (lê-se miolnir), que tanto é uma ferramenta como uma poderosa arma de combate, com a qual ele enfrenta todo tipo de inimigo e ainda controla as climáticas forças do céu, tais como raios, trovões, chuva ou neve. 

A cientista Jane Foster e Thor
 
   










  Ao cair na Terra ele é encontrado por cientistas intrigados com o seu surgimento e um martelo caído num distante lugar desértico e ninguém é capaz de removê-lo do local, nem mesmo o próprio dono, já que este precisa tornar-se humilde para voltar a empunhá-lo, conforme uma profecia proferida por Odin no momento em que em jogou a ferramenta em direção à Terra.
    Cenas de ação memoráveis pontuam a aventura, como a batalha contra os Gigantes de gelo ou confronto contra o Destruidor, uma espécie de robô gigantesco movido por magia e comandado por Loki, que planeja tomar o trono de Asgard e deixar Thor aprisionado na Terra. Branagh consegue surpreender no comando de um filme de super-herói e embora as influências de Shakespeare no roteiro de J. Michael Straczynski e Mark Protosevich sejam mínimas, no entanto são válidas para estabelecer o conflito familiar entre Odin e seus filhos.
Loki
 












 Assim como ocorre em Capitão América, diferenças em relação aos quadrinhos podem incomodar os fãs, tais como a ausência do doutor Donald Blake, embora seu nome seja mencionado -  ele seria um alter ego de Thor aqui na Terra. Mais batalhas no mundo dos deuses envolvendo outras entidades ou criaturas além dos gigantes de gelo seria muita bem vindas, algo que é constante nos quadrinhos do deus trovão. Entretanto, tais elementos podem ser explorados em futuras continuações. 
  Juntamente com Capitão América Thor deixa traçado o caminho para o filme-evento de Os Vingadores (The Avengers) que ja está em processo de filmagens para estrear no próximo ano. Resta torcer para que o deus nórdico prossiga em novas e trovejantes aventuras.

Trailer



Thor

EUA , 2011 - 114 min.
Aventura / Épico
Direção: Kenneth Branagh

Roteiro: J. Michael Straczynski, Mark Protosevich

Elenco: Natalie Portman, Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Ray Stevenson, Kat Dennings, Stellan Skarsgård, Idris Elba, Tom Hiddleston, Rene Russo, Jaimie Alexander, Colm Feore , Clark Gregg, Tadanobu Asano, Jeremy Renner