sexta-feira, 29 de novembro de 2013

ação mutante

WOLVERINE IMORTAL

Mutante das garras metálicas retorna em aventura ambientada no Japão 


  Finalmente o herói mutante mais amado dos quadrinhos ganha uma adaptação de maior respeito e verdadeiramente um filme solo - Wolverine Imortal (The Wolverine, 2013) é a aventura que todo fã das HQ´s realmente esperava e desta vez sem vínculo com a franquia X-Men ao contrário do filme anterior cujo título, X-Men Origens: Wolverine revela-se apenas mais um capítulo da franquia retratando o herói de maneira pouco satisfatória. Com roteiro baseado no arco de estórias da minissérie Eu, Wolverine, escrita por Chris Claremont e desenhada por Frank Miller nos anos 80, o filme consegue se aproximar do mito eternizado nas histórias em quadrinhos da editora Marvel, para o deleite dos fãs e do público em geral.

  O diretor James Mangold, experiente em contar tanto histórias dramáticas como a ótima biografia Johnny e June (Walk The Line, 2005) ou tramas de ação como o excelente faroeste Os Indomáveis (3:10 to Yuma, 2007) assume o comando desta aventura do mutante orçada em US$ 120 milhões que traz um notável elenco de atores japoneses a exemplo de Tao Okamoto no papel de Mariko Yachida e Hiroyuki Sanada como um guerreiro ninja.

Capa da HQ que
inspirou o filme
  O australiano Hugh Jackman retorna pela sétima vez ao personagem que ele ama interpretar e o diretor Mangold encontra na figura do ator o tom ideal para explorar mais a fundo a psicologia do personagem e expor sua fragilidade que embora noa quadrinhos muitos leitores já conhecem, no cinema entretanto o público em geral desconhece - a suposta imortalidade sugerida pelo roteiro e que nunca foi afirmada nas hq´s do herói torna-se um argumento perfeitamente aceitável para representar um sentimento de fraqueza diante passagem do tempo, pois Logan já vive há muitas décadas e talvez séculos e nessa vida demasiada longa já sofreu diversas perdas além da perda de um amor não consumado pela falecida mutante Jean Grey  (Famke Janssen) que constantemente aparece em seu sonhos e os transformam em pesadelos.



  Contudo, ao ser levado para o Japão após ser localizado pela filha de um militar japonês chamado Yachida (Hal Yamanouchi) que ele conheceu na época da Segunda Guerra, Logan encontrará um caminho de redenção, pois o veterano de guerra que agora é um homem muito velho e doente embora rico, oferece à Logan a possibilidade de tornar-se mortal e não mais ter que sofrer com a agonia de jamais morrer.

  O roteiro escrito por Mark Bomback e Scott Frank segue com uma ótima trama de conspiração e revela-se um trhiller muito eficiente e com ação de tirar o fôlego, como a ótima sequência que se passa no teto de um metrô em alta velocidade e várias outras cenas de luta no decorrer do filme. Entretanto, apesar das ótimas coreografias marciais é estranhíssimo ver um herói furando e rasgando seus adversários utilizando suas garras metálicas que jamais ficam manchadas de sangue, bem como as roupas dos vilões - provavelmente a ausência de sangue justifique uma censura mais leve, porém James Mangold prometeu uma versão mais sangrenta em blu-ray e dvd que já devem estar disponíveis nas lojas.



  O porte físico de Jackman que obviamente está mais avantajado do que em filme anteriores, foi obtido com muita malhação e uma dieta de seis mil calorias diárias durante 24 semanas antes do início das filmagens em 2012, devido à conselhos que ele obteve do astro Dwayne Johnson, dizem.
  O confronto final com o Samurai de Prata não chega a ser dos melhores pois as  lutas anteriores são mais fluídas e dinâmicas e aqui o personagem japonês foi transformado em uma espécie de ciborg gigantesco e com movimentos limitados, muito diferente dos quadrinhos nos quais ele é apenas um guerreiro com armadura que na verdade é feita de adamantium, o mesmo metal que compõe a estrutura óssea de Wolverine. Enfim, Wolverine Imortal é sem dúvida um dos melhores filmes de ação do ano tendo agradado não só o público em geral, mas principalmente os fãs dos quadrinhos, pois a dignidade foi devolvida ao personagem e sua honra está mais do que mantida.

TRAILER





Wolverine Imortal (The Wolverine, 2013)

Direção: James Mangold

Roteiro: Mark Bomback e Scott Frank

Elenco: Hugh Jackman, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi, Hiroyuki Sanada, Famke Janssen, Svetlana Khodchenkova


sábado, 23 de novembro de 2013

ação divina

THOR - O MUNDO SOMBRIO

Nova aventura do Deus do Trovão dá sequência à mitológica saga do herói nórdico


 O segundo filme pós Vingadores chega com força total ao cinemas após o sucesso estrondoso do maior grupo de super heróis das histórias em quadrinhos. Thor - O mundo sombrio (Thor - The Dark World) traz de volta Chris Hemsworth na pele do deus do trovão, travando batalhas mais dinâmicas e espetaculares do que na primeira aventura e Tom Hiddleston como Loki, mais uma vez roubando a cena como o vilão mais popular dos filmes da Marvel até o momento.
  A estória de o mundo sombrio começa com uma narrativa feita por Odin (Anthony Hopkins), pai de Thor e senhor de Asgard, contando a respeito de uma batalha acontecida há 5000 anos, quando seu pai Bor (avô de Thor) confrontou os Elfos Negros liderados por Malekith (Cristopher Eccleston), em defesa de Asgard e até do universo. Agora, Malekith ressurge com um audacioso objetivo de dominar o universo e para tal intento ele precisa ter contato com Éter, uma substância infinita e que reza a lenda, deu origem à tudo - e quem detiver o poder de tal substância, pode obter domínio absoluto. Embora não fique muito claro o porquê de um vilão querer trazer de volta a escuridão ao universo, podemos aceitar facilmente tal idéia, afinal trata-se de mitologia e nem sempre histórias mitológicas tem uma explicação precisa.

Malekith

batalha em Asgard

  Desta vez, a aventura é comandada por Alan Taylor, diretor de alguns episódios da famosa série Game of Thrones, escolha mais do que certa para compor o fantástico visual do reino de Asgard e ainda manter o que fora estabelecido por Keneth Branagh e desta vez o poderio de Asgard é mostrado em sua plenitude, os poderes de seus bravos guerreiros combinados a uma avançada tecnologia que remete à Star Wars.
  Com o retorno e ascenção de Malekith e sua busca pelo poder do Éter, Thor terá de enfrentar a maior de todas as batalhas, pois não apenas Asgard, mas o todo o universo está em jogo - e tal batalha ocorre no chamado mundo sombrio que dá título ao filme, mas ocorre também na Terra, pois há um ponto na dimensão sombria que dá acesso ao nosso planeta e o titânico confronto pode colocar em risco os seres humanos. E Thor ainda terá que recorrer até mesmo à ajuda de Loki, apesar de este ter sido condenado à prisão por Odin, pelos crimes cometidos na Terra, como foi visto no filme dos Vingadores.



  Novamente a ciência marca pontos positivos nesta nova aventura tanto quanto no primeiro filme e a cientista Jane Foster (Natalie Portman) está de volta para dar explicações racionais para os eventos extraordinários que ocorrem no decorrer da trama além do que sua participação ganha maior importância, não apenas como par romântico do herói mas também como um elo que justifica a terrível batalha travada por Thor e Malekith na Terra.


  Além da ação frenética e de efeitos visuais muito satisfatórios, a trama tem momentos de humor na dose certa e uma inesperada aparição do Capitão América na metade da projeção. O filme já alcançou US$ 500 milhões de dólares em bilheteria mundial e certamente é um dos melhores filmes da Marvel, além de ser muito melhor que Homem de Ferro 3 que revelou-se um grande fiasco em termos de roteiro, embora tenha feito muito sucesso nos cinemas. Portanto, os dois filmes de Thor mais Os Vingadores conseguem formar uma trilogia perfeita ou uma quadrilogia incluindo Capitão América - O primeiro Vingador, e pelo visto a Marvel alçará vôos ainda maiores nas telas do cinema.

TRAILER


Thor - O Mundo Sombrio (Thor - The Dark Word, 2013)

Direção: Alan Taylor

Roteiro: Don Payne, Robert Rodat

Elenco: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Natalie Portman, Anthony Hopkins, Rene Russo, Christopher Eccleston, Idris Elba, Ray Stevenson




sexta-feira, 15 de novembro de 2013

fuga nostálgica

FUGA

 MORTAL




Há 20 anos Dolph Lundgren era alvo de uma feroz perseguição 







 No início dos anos 90, o grandalhão sueco Dolph Lundgren encontrava-se em um bom momento de sua carreira, estrelando filmes com roteiros interessantes diga-se de passagem e obviamente turbinados com muita ação e pancadaria, bem ao estilo da ação brutal que ainda reinava absoluta. Fuga Mortal (Army of one), exibidos nos cinemas em meados de 1993, é considerado um dos melhores filmes da fase estelar do ator sueco, trazendo um enredo envolvente com uma boa estória de fuga com ares de road movie e ação na dose certa para o deleite dos fãs. 
  Dirigido por Vic Armstrong com roteiro de Steven Pressfeld, Fuga Mortal é uma típica de estória de fuga pelas estradas - Lundgren é um ladrão de carros conhecido como Santee, e justamente por conta do ofício, não é nenhum santo; no início da trama ele está dirigindo um caminhão ao lado de seu parceiro (Ken Foree) de roubos e logo são interceptados por policial que não está a fim de muita explicação e após Eddie, o amigo de Santee descer do caminhão para conversar, em poucos segundos de conversa o policial dá um tiro em Ediee e logo em seguida Santee também é baleado após descer para socorrer o amigo, além do que no exato momento mais dois sujeitos estranhos chegaram de carro no local; tal fato estranho encontrará explicação até o final da trama, afinal a carga do caminhão não é revelada até então.
  Após o estranho prólogo, Santee é preso acusado do assassinato do policial rodoviário que também foi  misteriosamente baleado. Ao ser transportado de carro para cumprir uma pena de 20 anos em um presídio da Califórnia, o grandalhão, num lance de muita esperteza, consegue fugir dos dois policiais que o escoltam e que por sinal são muito ruins de mira embora um deles utilize um rifle com mira de longo alcance, pois não conseguem sequer acertar um tiro em Santee, que simplesmente foge correndo para um lugar deserto e rochoso, numa cena de fuga muito tosca e absurda para um filme de ação de boa qualidade.



Vic Armstrong
  Mas com um roteiro simples e de poucas surpresas, o que a película tem de melhor é sem dúvida ação que não deixa nada a dever nem aos melhores filmes daquela época. Originalmente o filme se chamaria Joshua Tree, cuja tradução é A árvore de Josué, que seria o destino do personagem na trama do filme, mas conta-se que resolveram mudar o título do filme para que o público não confundisse com um álbum musical do U2, que por sinal tinha o mesmo nome.
  O desconhecido diretor Vic Armstrong tem um currículo invejável e segundo consta no IMDB foi um dublê muito requisitado em vários filmes de sucesso como por exemplo na trilogia Indiana Jones e até nos filmes de 007 estrelados por Sean Connery e também em Rambo III dentre vários filmes.
  O talento de Armstrong é notável especialmente num brutal tiroteio dentro de um armazém lotado de carros Ferrari onde Santee enfrenta sozinho vários bandidos - o resultado não poderia ser outro que não uma bela sequencia de tiros e explosões no melhor estilo de ação testosterona que reinava na década 90. Entretanto, não foram utilizadas Ferraris autênticas e sim réplicas perfeitas, pois o filme orçado em apenas US$ 9 milhões é de baixo orçamento e não seria possível adquirir tantas Ferraris originais.


  Além dos tiroteios e pancadarias, a velocidade também embala os melhores momentos da ação e é muito satisfatório ver o anti-herói fugindo numa Ferrari vermelha acompanhado de loira muito gostosa interpretada pela gracinha Kristian Alfonso ou ainda sendo perseguido por uma Lamborghini preta pilotada pelo vilão, algo até estranho de se ver, dois carrões travando uma feroz perseguição em uma estrada localizada numa área desértica do estado da Califórnia. Enfim, exagero típico do cinema dos anos 90, mas muito divertido.





   Com um roteiro simples recheado de carros possantes e cenas de ação que parecem intermináveis e um anti-herói de primeira, Fuga Mortal é o perfeito exemplo do modo como os filmes de ação eram produzidos 20 anos atrás. Atores famosos aparecem de forma simples e marcante: George Segal interpreta um dos vilões que perseguem Santee e Geoffrey Lewis marca presença como um xerife confuso, e tudo isso já basta para completar o enredo de uma produção simples que não exigia muitos atributos como ocorre nos dias atuais. Como se pode notar, a ação dos velhos e bons tempos é uma escola muito valiosa de como fazer entretenimento.

TRAILER



Fuga Mortal (Army of one / Joshua Tree, 1993)

Direção: Vic Armstrong

Roteiro:Steven Pressfeld

Elenco: Dolph Lundgren, Ken Foree, Kristian Alfonso, Geofrrey Lewys, George Segal