sábado, 9 de agosto de 2014

ação esportiva

FUGA PARA A VITÓRIA

No início dos anos 80, Stallone, Pelé e Michael Caine entravam em campo pela disputa da liberdade




  Em 1981 estreava nos cinemas um dos filmes mais inusitados daquela época, Victory, dirigido pelo lendário cineasta norte-americano John Huston (1906-1987) que em décadas anteriores comandou obras que logo tornaram-se clássicas como por exemplo A Bíblia (1966), Moby Dick (1956) e Freud - Além da alma (1962). É difícil saber ao certo qual a razão para Huston dirigir um filme sobre futebol: seria ele fã do esporte ou dirigiu somente por razões artísticas? A resposta não é nada óbvia, mas o importante é que tal idéia resultou num filme interessante e até certo ponto surpreendente, tanto pela escolha do elenco reunindo conhecidos astros como Stallone, Michael Cane e Max Von Sydow, além da presença do rei futebol Pelé, pela primeira vez em um filme de Hollywood. 

John Huston e Pelé

  Ambientado num campo de prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial, Fuga para a Vitória mostra o cotidiano dos prisioneiros de guerra, combatentes capturados que durante as horas vagas costumam jogar partidas amistosas de futebol inglês, sob o comando e a orientação do capitão John Colby (Michael Cane), que demonstra entender muito bem do esporte, até pelo fato de ser inglês. Stallone vive o capitão Robert Hatch, e talvez por ser norte-americano não demonstra afinidade alguma com o futebol inglês, chegando ao ponto de ser expulso do time por algum tempo - Hatch é obcecado pela idéia de fugir, pois passa o tempo todo estudando minuciosamente cada detalhe e cada canto da base a fim de encontrar brechas que possibilitem sua escapada. 

John Colby e Hatch

  O major alemão Karl Von Steiner, interpretado por Max Von Sydow (O Exorcista, 1973), que é o oficial responsável pelos prisioneiros de guerra, nutrindo simpatia pelo esporte e dotado de ideais pacificistas sugere ao capitão Colby que o time dele jogue uma partida amistosa com soldados alemães. Entretanto sob um estranho acordo vindo do comando nazista de que se os alemães ganhassem a partida, os prisioneiros seriam libertados na Suíça, e se os prisioneiros ganhassem, poderiam ser executados. 


  Ainda assim, Colby e seus homens aceitam o desafio e passam a treinar com afinco todos os dias, determinados, independente de qual fosse o resultado da partida - e a presença de Pelé vivendo Capitão Luiz Fernandes, obviamente o jogador mais habilidoso torna-se um grande incentivo para o time de prisioneiros ao exibir sua notável afinidade com a bola em campo. Todavia é estranho que no filme Pelé não seja brasileiro, e por razões do roteiro escrito por Evan Jones e Yabo Yablonsky, o personagem é originário de Trinidad & Tobago.


  Conta-se que Pelé ajudou na criação das coreografias da partida de futebol, e Stallone teve que passar por treinamento intensivo para o seu personagem chegando a ser treinado por um goleiro da Inglaterra, que foi vencedor da Copa do Mundo. A partida que acontece nos momentos finais do longa consegue a proeza de reproduzir as emoções de uma jogada real, pois não por acaso a tela é preenchida com um time de craques, vindos de vários países do mundo como Osvaldo Ardiles, da Argentina, Bobby Moore, da Inglaterra e vários outros, e todos brilham em campo tanto quanto o rei Pelé. E o final ainda que seja alegórico ou mesmo surreal, é a perfeita definição de que a melhor guerra é aquela que acontece dentro esporte. E disso não resta dúvida. 

Créditos finais



TRAILER





Fuga para a Vitória - (Victory, 1981)

Roteiro: Evan Jones e Yabo Yablonsky

Elenco: Sylvester Stallone, Michael Caine, Max Von Sydow, Pelé, Carole Laure


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