OPERAÇÃO FRANÇA
Há 45 anos estreava nas telas um clássico do
cinema policial
O roteiro escrito por Ernest Tidyman baseado no livro escrito por Robin Moore apresenta logo no início da narrativa a dupla de policiais resolvendo um caso em algum canto violento de Nova Iorque com Cloudy e Popeye disfarçado com uma roupa de papai noel (já que o mês é dezembro) perseguem um criminoso numa corrida a pé desenfreada até o alcançarem em um terreno baldio e o espancam duramente para depois interrogá-lo em um beco - uma demonstração de força um tanto exagerada, mas expressam a idéia do quanto a dupla de policiais é implacável não dando trégua para nenhum bandido como pode ser visto ao longo do filme.
Hackman e Scheider demonstraram uma química perfeita em seus personagens e dada à época da produção do filme, pode-se notar que serviu de modelo para as diversas produções do gênero policial até os dias de hoje em que se vê uma dupla de policiais que se completam em seus atributos. Neste caso nota-se claramente que Popeye é o casca grossa que dá porrada nos bandidos enquanto que Cloudy é mais ponderado e investigativo.
Willian Friedkin explora o submundo das drogas em Nova Iorque de uma maneira nunca vista antes de modo que os verdadeiros policiais Doyle e Cloudy levaram a equipe de produção do filme para conhecer uma espécie de centro de consumo de drogas, onde usuários frequentam e todos ficaram chocados ao verem pessoas com seringas penduradas nos braços e o mais espantoso foi saber que tal local é em plena área central da cidade de Nova Iorque, algo que sem dúvida reforçou bem mais a motivação dos personagens na investigação do tráfico.
A dupla de policiais investiga dois figurões franceses que estão hospedados na cidade e tem comportamento um tanto suspeito, o que leva Popeye a desconfiar de um forte esquema de transação de drogas que ocorre em pleno centro nova iorquino - daí o título da investigação que dá nome ao filme: operação França. A intrigante investigação rende ótimos momentos de suspense como na cena extremamente tensa em que Popeye persegue o suspeito francês no metro e é surpreendido pela inesperada esperteza do mesmo.
Mas o grande e esperado momento do filme é sem dúvida a longa perseguição que Popeye faz a outro francês que toma de sequestro um trem cujos trilhos ficam suspensos acima das ruas da cidade e o policial dirigindo um carro a mais de 100 km/h no conturbado trânsito persegue o trem numa corrida louca e desenfreada como nunca se viu até então - e aqui Friedkin mostra seu inigualável talento para filmar perseguições, algo que o tornou muito famoso, pois ele pretendia fazer a melhor cena de perseguição da história do cinema, algo que até então o público só vira no filme Bullit (1968), sucesso de Steve McQueen. Para tal feito o diretor pegou um carro com um motorista no banco da frente e um câmera no banco de trás para filmar tudo a cerca de 140 km/h.
Friedkin recebendo o Oscar |
TRAILER
Operação França (The French Connection, 1971)
Roteiro: Ernest Tidyman
Direção: Willian Friedkin
Elenco: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey, Tony Lobianco, Marcel Bozzuffi
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