A primeira década do século XXI foi profundamente marcada por diversas adaptações de histórias em quadrinhos, especialmente de super-heróis. Personagens dos quadrinhos da editora Marvel invadiram maciçamente as telas do cinema tais como Homem-Aranha, Hulk e X-Men, e até personagens desconhecidos do grande público ganharam espaço no imaginário popular daqueles que não são familiarizados com quadrinhos tais como Motoqueiro Fantasma, Demolidor e Elektra - e dentre tais desconhecidos encontra-se Frank Castle, mais conhecido pela alcunha de Justiceiro ou The Punisher.
Inicialmente nos quadrinhos, o Justiceiro era apenas um personagem coadjuvante que apareceu pela primeira vez nas aventuras do Homem – Aranha ganhando destaque e fama e ao longo do tempo conquistou uma legião de fãs que admiravam as façanhas do implacável caçador de criminosos. The Punisher, criado por Gerry Conway, Ross Andru e John Romita acabou então ganhando publicação própria e destacou-se nas publicações Marvel como uma das HQ’s mais bem vendidas e respeitadas dentre os títulos secundários da editora.
Em 2003 The Punisher teve sua adaptação para as telas de Hollywood, comandada com maestria pelo diretor Jonathan Heinsleigh e estrelada pelo então pouco conhecido Thomas Jane, que se preparou intensamente para encarnar o personagem da mellhor forma possível, realizando treinamento com as forças especiais no manejo de armas de fogo e técnicas marciais de defesa pessoal, o que lhe conferiu uma ótima performance no papel, além da boa semelhança física que o ator alcançou em relação ao personagem.
Gary Hymes |
Com um orçamento reduzido, o diretor Heinsleigh esforçou-se ao máximo para tornar o filme visualmente atraente, pois não poderia utilizar efeitos visuais de ponta e até aceitou o pequeno orçamento oferecido pelos produtores, pois ele tinha a intenção de utilizar técnicas antigas dos filmes de ação clássicos, tais como próteses de silicone ou borracha para simular ferimentos, explosões reais sem jamais utilizar truques em CGI e várias outras técnicas que consagraram o cinema físico nas décadas anteriores.
Para filmar as cenas de perseguição automobilística, Heinsleigh prudentemente contratou um dos maiores dubles de Hollywood, o lendário Gary Hymes, famoso por seu trabalho com cenas envolvendo carros e que gentilmente colaborou nesta produção numa das melhores cenas do longa.
Para filmar as cenas de perseguição automobilística, Heinsleigh prudentemente contratou um dos maiores dubles de Hollywood, o lendário Gary Hymes, famoso por seu trabalho com cenas envolvendo carros e que gentilmente colaborou nesta produção numa das melhores cenas do longa.
Obviamente grande parte do orçamento do filme deve ter sido utilizado para bancar o cachê do maior astro da produção, pois o ator John Travolta com muita disposição interpretou o vilão Howard Saint, um cruel mafioso que manda matar a família de Castle em retaliação à morte de seu filho, morto em uma emboscada realizada pelo então policial infiltrado Frank Castle no início do filme. Outro vilão de destaque é o capanga Quentin Glass, braço direito de Saint, interpretado pelo ator Will Patton que pontua as cenas mais violentas da película.
Howard Saint |
Quentin Glass |
Após ver sua família ser massacrada diante de seus olhos e sobreviver quase miraculosamente, Castle mune-se de um completo arsenal de diversas armas e parte para a vingança caçando os homens de Saint e armando ciladas para destruir o império e a organização do mafioso.
Com uma trama bem construída e personagens cativantes rendendo até mesmo momentos de humor, O Justiceiro apresenta-se como um entretenimento completo e eficaz e a despeito da violência que move o personagem, o filme não é tão sangrento quanto poderia ser, pois Jonathan Heinsleigh prudentemente valoriza bem mais os aspectos técnicos do longa, tais como composição fotográfica e coreografias bem encenadas, além de uma ótima trilha sonora que homenageia claramente filmes clássicos de western, o que porém, não foi suficiente para afastar o filme das criticas negativas que recebeu.
Com uma trama bem construída e personagens cativantes rendendo até mesmo momentos de humor, O Justiceiro apresenta-se como um entretenimento completo e eficaz e a despeito da violência que move o personagem, o filme não é tão sangrento quanto poderia ser, pois Jonathan Heinsleigh prudentemente valoriza bem mais os aspectos técnicos do longa, tais como composição fotográfica e coreografias bem encenadas, além de uma ótima trilha sonora que homenageia claramente filmes clássicos de western, o que porém, não foi suficiente para afastar o filme das criticas negativas que recebeu.
Parte do fracasso do filme pode-se dever ao fato de que um personagem justiceiro é algo muito comum no cinema de ação e desde a década de setenta até o final dos anos noventa, Hollywood tem criado “justiceiros” de diversos tipos e para todos os públicos, o que porém não desmerece The Punisher como um notável personagem de ação de historias em quadrinhos e que merece lugar de destaque nos estúdios de cinema.
A outra face
Em 2008 mais uma vez Hollywood empreende uma nova tentativa de tornar o personagem mais conhecido nas telas do cinema, já que o filme estrelado por Thomas e Jane e John Travolta não teve merecido sucesso e nem mesmo os fãs dos quadrinhos do anti-herói gostaram do resultado final, pois o Frank Castle de Thomas Jane não chega a ser tão frio e violento quanto o personagem das HQ´s.
Lexi Alexander |
Ray Stenvenson |
O Justiceiro – Zona de Guerra (The Punisher – War Zone), prometia transpor para as telas toda a crueza e violência das histórias em quadrinhos do personagem e realmente o fez, ainda que em tom cartunesco. Desta vez, quem comandou o projeto foi nada mais nada menos que uma mulher, a cineasta alemã Lexi Alexander, fã incondicional do personagem que conseguiu retratá-lo com maior precisão do que o cineasta Jonathan Heinsleigh em relação às historias em quadrinhos. Lexi escalou um time de bons atores para compor o longa, começando pelo grandalhão Ray Stevenson que também teve treinamento físico intenso assim como Thomas Jane para viver o personagem.
Stevenson personificou literalmente Frank Castle a ponto de parecer uma encarnação do anti-herói, com uma aparência rude que lembrava muito as capas de edições famosas que consagraram o personagem nas publicações da Marvel. Dominic West encarnara o vilão Retalho (Jigsaw) numa interpretação um tanto exagerada, mas condizente com o estilo cartunesco do filme e Doug Hutchinson interpretou Loony Bin Jim, personagem que não existe nas hq´s, mas no filme é um irmão louco de Retalho.
Stevenson personificou literalmente Frank Castle a ponto de parecer uma encarnação do anti-herói, com uma aparência rude que lembrava muito as capas de edições famosas que consagraram o personagem nas publicações da Marvel. Dominic West encarnara o vilão Retalho (Jigsaw) numa interpretação um tanto exagerada, mas condizente com o estilo cartunesco do filme e Doug Hutchinson interpretou Loony Bin Jim, personagem que não existe nas hq´s, mas no filme é um irmão louco de Retalho.
Dominic West |
Loony Bin Jim e Retalho |
Além de uma edição ágil, o filme tem um roteiro igualmente ágil e bastante eficaz, de modo que a origem do personagem não precisa ser recontada, exceto por flashbacks que retratam o passado doloroso de Castle e que o tornou uma máquina de caçar criminosos – e no início da trama, quando o justiceiro invade a casa de um mafioso bem na hora do jantar e empreende um massacre, o público pode perceber claramente a essência das histórias em quadrinhos do personagem que são extremamente violentas, pois Frank Castle é um homem amargurado e movido pelo desejo de vingança, o que o leva a dedicar sua vida ao extermínio de todos os criminosos como única forma de aliviar sua dor.
Entretanto esta película também fracassou nas bilheterias norte-americanas tendo custado $35.000.000,00 e arrecadado pouco mais de $4.000.000,00 e aqui no Brasil foi lançado diretamente para o mercado de vídeo, assim como o filme de Thomas Jane, isso sem falar que Punisher - War Zone teve vários problemas durante a produção e quase ficou engavetado.
Ao que parece, o Justiceiro continua sendo um personagem incompreendido pelo público em geral, pois no início da década de noventa houve uma adaptação mediana estrelada por Dolph Lundgren, mas com pouco destaque e logo esquecida. Resta aos grandes fãs de ação valorizarem os dois filmes do maior caçador das histórias em quadrinhos, para que a justiça seja feita :-)
Ao que parece, o Justiceiro continua sendo um personagem incompreendido pelo público em geral, pois no início da década de noventa houve uma adaptação mediana estrelada por Dolph Lundgren, mas com pouco destaque e logo esquecida. Resta aos grandes fãs de ação valorizarem os dois filmes do maior caçador das histórias em quadrinhos, para que a justiça seja feita :-)
trailers
O Justiceiro (Punisher, The, 2004)
Direção: Jonathan Hensleigh
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Michael France
Gênero: Policial/Suspense
Origem: Alemanha/Estados Unidos
Duração: 124 minutos
O Justiceiro - Zona de Guerra (The Punisher: War Zone)
Elenco: Ray Stevenson, Dominic West, Julie Benz, Dash Mihok, Colin Salmon, Doug Hutchinson, T.J. Storm e Wayne Knight.
Direção: Lexi Alexander
Gênero: Ação
Distribuidora: Columbia Pictures
Você se esqueceu de falar do filme de 1989 estrelado por Dolph Lundgren, amigo!!!
ResponderExcluirGostaria de pedir uma matéria sobre esse filme, pode ser?
Ainda estou terminando a postagem Thomas. Quanto ao filme do Dolph Lundgren, posso fazer sim um artigo só pra ele. Abraço e até mais!!
ResponderExcluirO primeiro filme me lembra muito Mad Max,inclusive acena de morte da família dele com o Castle correndo na estrada é muito parecida.Acho que deve ser uma homenagem.Até a roupa é a mesma naquela altura.
ResponderExcluirO estilo do carro e a perda dele também me lembra o clássico do Mel.
Interessante sua observação Punidor. Eu não tinha notado isso quando assisti o filme, rsr. Aceito sugestões e idéias. Seja sempre bem vindo ao Action Club!!
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