segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

relatório: jubileu / 95

1995: 

Um ano 

de grandes filmes


  Há exatos 20 anos, a década de 90 era marcada por alguns dos melhores filmes do cinema norte-americano. Obviamente que a década inteira foi marcada por grandes sucessos muitos dos quais foram verdadeiros divisores de águas em termos de genialidade ou originalidade já que foi nessa década que surgiu o psicopata Hannibal Lecter no grande sucesso O Silêncio dos Inocentes (1991), o gênero western foi ressucitado no premiado Os Imperdoáveis (1992), o livro Drácula de Bram Stoker (1992) ganhava sua primeira adaptação fiel nas telas do cinema... foram tantos filmes  e personagens marcantes que seria necessário um outro texto para mencioná-los.
  Mas precisamente o ano de 1995 foi marcado por produções que foram muito significativas para o cinema da década de 90 e também para a época atual, seja pela estética atemporal ou pela ousadia de cineastas que não tiveram medo de expor suas idéias que combinadas com seu talento e maestria atrás das câmeras, resultaram em grandes filmes que relembraremos agora neste modesto relatório.


SEVEN: Os Sete Crimes Capitais

 Em dezembro de 95 estreava nos cinemas norte-americanos um dos maiores thrillers policiais da década senão o melhor. Se bem que na verdade, em pouco tempo Seven passou a ser considerado um dos melhores thrillers de todos os tempos, e não é muito difícil entender o porquê. A típica caçada policial a um assassino serial killer ganhou nesta produção uma obra definitiva, chegando ao ponto de inspirar e servir de referência direta a filmes que vieram posteriormente abordando a mesma temática.
  A combinação de thriller policial e drama criminal resultou num filme noir que fez escola em plena década de 90, algo um tanto inesperado para uma época tão moderna e a princípio bem distante dos grandes filmes noir que caracterizaram o cinema policial nas décadas 40 e 50. Mérito de David Fincher, cineasta que tornou-se referência a partir de então, e grande mérito também para Brad Pitt como detetive Mills, seguramente um dos melhores papéis de sua carreira, e o grande Morgam Freeman na pele do introspectivo detetive Somerset. Química surpreendente e perfeita entre os dois atores e o olhar apurado de Fincher que compôs uma obra prima do cinema policial.


Coração Valente

  O épico dramático Braveheart, dirigido e estrelado por Mel Gibson no auge de sua carreira foi um marco definitivo na carreira do astro e sem dúvida um dos melhores épicos da recente história do cinema. O talento de Gibson para comandar um filme é tão versátil quanto sua interpretação dado o cuidado com que o artista australiano demonstrou ao contar a história do lendário guerreiro escocês Willian Wallace, lembrado como herói que devotou sua vida a lutar contra o domínio inglês pela libertação de seu povo. A obra de Gibson além de fazer grande sucesso de bilheteria, foi premiada com nada menos que 5 oscars para melhor filme, direção, edição de som, fotografia e maquiagem.



007 contra Goldeneye

  Em 1995 o maior agente secreto de todos os tempos retornava após um longo período de ausência. Havia se passado seis anos desde o último filme e a franquia já estava considerada "morta" pelos críticos de cinema. Goldeneye, sob o comando de Martin Campbel é o 17º filme de 007 e trazia o conhecido ator irlândes Pierce Brosnan na pele do espião britânico. O personagem ressurgia de modo triunfal estrelando a aventura que alcançou a maior bilheteria da história da franquia até então. Rapidamente Brosnan atingiu o estrelato e atuou em mais três filmes, e James Bond definitivamente foi inserido nos anos 90.




Fogo Contra Fogo

  Dirigido por Michael Mann, o filme Heat trazia pela primeira vez Al Pacino e Robert De Niro contracenando juntos. Os dois já haviam atuado em O Poderoso Chefão: parte 2, mas em momento algum atuaram juntos no clássico de Coppola. Contudo o encontro dos astros não chega a ser algo exatamente marcante embora interpretem personagens antagônicos e cada um rouba a cena em seu próprio universo de modo que De Niro é o melhor ladrão de bancos que existe e Pacino o melhor dos policiais, e o cenário onde os gigantes se confrontam são as movimentadas ruas da bela cidade de Los Angeles. Fogo Contra Fogo é uma obra prima do cinema policial dos anos 90 e embora tenha fracassado nas bilheterias norte-americanas, rapidamente o filme tornou-se um cult, obrigatoriamente lembrado.


Water World: O Segredo das Águas


  O filme que contém todos os ingredientes para uma fórmula de sucesso, infelizmente foi o que afundou a carreira de Kevin Costner em plena metade da década de 90. E a palavra infelizmente aplica-se justamente ao filme que foi muito bem concebido como uma aventura pós-apocalíptica retratando o mundo cercado quase que totalmente por águas, trazendo Costner como Mariner, um mutante meio homem - meio peixe que entra em confronto com piratas saqueadores em alto mar.
  Orçado em 175 milhões de dólares Water World foi um fracasso colossal, pois este foi o orçamento mais caro da história do cinema até então. Dirigido por Kevin Costner e Kevin Reynolds, o filme é comparado a trilogia Mad Max, dada às semelhanças do futuro distópico embora o cenário seja sob as águas. Mas enfim, um cult para ser lembrado e apreciado por amantes de uma boa aventura. (R.A.)






quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

the best

Mad Max: Estrada da Fúria é aclamado o melhor filme de 2015


   A obra máxima do cineasta australiano George Miller ganha o devido reconhecimento sendo eleito o melhor filme do ano pela Online Critic Films Society (OFCS), que é uma organização de críticos de cinema que atuam na internet e promovem o OFCS Awards, premiação anual que ja está na décima nona edição. Composta de 254 membros, a entidade foi fundada em 1997 e alguns filmes escolhidos por eles já foram premiados com o Oscar, assim como ocorre com o Globo de Ouro que é considerado prévia do Oscar. Além da indicação de melhor filme, Estrada da Fúria também foi indicado pela OFSC para melhor direção. Torçamos para que este novo Mad Max esteja precorrendo a estrada rumo ao premio de melhor filme no Oscar 2016. É esperar pra ver.




 Segue abaixo a lista dos indicados:

Melhor Filme
Brooklyn
Carol
Ex-Machina: Instinto Artificial
Divertida Mente
Mad Max: Estrada da Fúria
Perdido em Marte
O Regresso
O Quarto de Jack
Sicario: Terra de Ninguém
Spotlight – Segredos Revelados

Melhor Diretor
Todd Haynes (Carol)
Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)
George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria)
Ridley Scott (Perdido em Marte)
Denis Villeneuve (Sicario: Terra de Ninguém)

Melhor Ator
Matt Damon (Perdido em Marte)
Leonardo DiCaprio (O Regresso)
Michael Fassbender (Steve Jobs)
Michael B. Jordan (Creed: Nascido para Lutar)
Ian McKellen (Sr. Holmes)

Melhor Atriz
Cate Blanchett (Carol)
Brie Larson (O Quarto de Jack)
Charlotte Rampling (45 Anos)
Saoirse Ronan (Brooklyn)
Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria)

Melhor Ator Coadjuvante
Benicio Del Toro (Sicario: Terra de Ninguém)
Oscar Isaac (Ex-Machina: Instinto Artificial)
Mark Ruffalo (Spotlight – Segredos Revelados)
Mark Rylance (Ponte dos Espiões)
Sylvester Stallone (Creed: Nascido para Lutar)

Melhor Atriz Coadjuvante
Rooney Mara (Carol)
Cynthia Nixon (James White)
Kristen Stewart (Acima das Nuvens)
Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa)
Kate Winslet (Steve Jobs)

Melhor Roteiro Original
Alex Garland (Ex-Machina: Instinto Artificial)
Pete Docter, Ronnie Del Carmen, Meg LeFauve, Josh Cooley (Divertida Mente)
Greta Gerwig, Noah Baumbach (Mistress America)
Taylor Sheridan (Sicario: Terra de Ninguém)
Josh Singer, Tom McCarthy (Spotlight – Segredos Revelados)

Melhor Roteiro Adaptado
Nick Hornby (Brooklyn)
Phyllis Nagy (Carol)
Drew Goddard (Perdido em Marte)
Emma Donoghue (O Quarto de Jack)
Aaron Sorkin (Steve Jobs)

Melhor Montagem
Margaret Sixel (Mad Max: Estrada da Fúria)
Pietro Scalia (Perdido em Marte)
Stephen Mirrione (O Regresso)
Joe Walker (Sicario: Terra de Ninguém)
Elliot Graham (Steve Jobs)

Melhor Fotografia
Ping Bin Lee (A Assassina)
Edward Lachman (Carol)
John Seale (Mad Max: Estrada da Fúria)
Emmanuel Lubezki (O Regresso)
Roger Deakins (Sicario: Terra de Ninguém)

Melhor Animação
Anomalisa
O Bom Dinossauro
Divertida Mente
Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, o Filme
Shaun: O Carneiro

Melhor Filme de Língua Não Inglesa
A Assassina (Taiwan)
Boa Noite, Mamãe (Áustria)
Cinco Graças (França)
Phoenix (Alemanha)
O Filho de Saul (Hungria)

Melhor Documentário
Amy
Best of Enemies
Cartel Land
Going Clear: Scientology and the Prison of Belief
The Look of Silence

Fonte: http://www.cinemaemcena.com.br/Noticia/Ler/3138/mad-max-estrada-da-furia-e-o-vencedor-do-ofcs-awards

sábado, 12 de dezembro de 2015

Bond 23

007 OPERAÇÃO SKYFALL

Antes de Spectre, Bond estrelava sua mais explosiva missão


  Em 2012 estreava nos cinemas o 23º filme da franquia 007 e também o primeiro filme autoral, dirigido e argumentado por Sam Mendes, talentoso cineasta britânico ganhador do Oscar pela obra Beleza Americana (American Beauty, 1999). Roteirizado por John Logan, Neal Purvis e Robert Wade, Operação Skyfall, a exemplo do que foi estabelecido em Casino Royale (2006) explora bem mais a humanidade até então desconhecida de James Bond, um escocês radicado na Inglaterra, sétimo agente do serviço secreto britânico com licença para matar em suas arriscadas missões, e que guarda um passado obscuro do qual ninguém conhece.
  Em celebração aos 50 anos do personagem nas telas do cinema completados em 2012, Sam Mendes presta uma justa homenagem ao agente secreto ao retomar alguns elementos clássicos que caracterizaram a franquia ao longo destas cinco décadas, como a pistola Walter PPK e o mítico carro Aston Martin DB 5 que na década de 1960 era utilizado por Sean Connery.



Sam Mendes e a mansão Skyfall

 O agente "Q", responsável por fornecer os equipamentos de 007 ressurge neste filme, mas interpretado pelo jovem ator britânico Ben Wishaw, distanciando-se da figura de um simpático senhor que nos antigos filmes era vivido pelo saudoso ator Desmond Llewelyn. E é interessante notar que o jovem agente Q diz a Bond "Esperava ganhar uma caneta explosiva? Não usamos mais estas coisas..." ao entregar à 007 a sofisticada Walter PPK, arma que contém um sensor digital e só funciona nas mãos de James Bond. O agente Q dos novos tempos é um hacker capaz de invadir qualquer sistema informatizado que há no mundo, argumento bem mais adequado para os atuais tempos modernos da espionagem.

Agente Q

  O vilão chamado Silva, muito bem interpretado por Javier Bardem é simplesmente um dos melhores da história da franquia senão o melhor, pois Bardem o compôs com várias camadas, irônico, sádico e obviamente cruel, como um verdadeiro terrorista deve ser. Silva também tem um passado misterioso e tão contorcido quanto sua verdadeira face destorcida que se revela aos poucos e de modo surpreendente, prova inegável do talento do ator espanhol ganhador do oscar de ator coadjuvante pelo personagem Anton Chigurh no filme Onde os Fracos Não Tem Vez (No Country for Old Men, 2007), um dos melhores vilões de todos os tempos.

Silva



  E Daniel Craig revela-se igualmente brilhante ao interpretar a humanidade de James Bond, nunca explorada de modo satisfatório na franquia - O Bond humanizado de Craig mais uma vez revela-se não exatamente uma máquina de matar, mas um homem de passado misterioso que mata não por prazer, mas sim pelo dever de seu ofício e ainda guarda amarguras em seu íntimo em relação ao passado de sua infância e juventude, algo que só é explicado ou entendido em Skyfall, uma casa de campo localizado em uma área isolada da Escócia, lar da família de Bond e local que na trama servirá de refúgio ao agente e à sua chefe M, após fugirem de uma perseguição sem limites empreendida por Silva, que busca vingança contra M devido a alguma desavença do passado.


  As homenagens que Mendes faz ao legado de James Bond também são percebidas em cenas de ação espetaculares como a perseguição no teto de um trem logo no início do filme e a destruição numa galeria do metrô e logo em seguida o tiroteio que ocorre numa sessão de um tribunal. Situações um tanto exageradas, mas que  mantém certo nível de realismo conforme os novos padrões da série. A belíssima cena filmada em contra-luz na qual Bond luta com um matador no interior de um prédio em Xangai, cujo ambiente é iluminado apenas pelos enormes letreiros dos outdoors demonstra que o talento de Mendes é um fator determinante para os novos tempos da franquia 007.




  Belos cenários e as mais belas mulheres completam o universo do personagem criado por Ian Fleming e a canção do título do filme interpretada pela linda voz de Adele, vencedora do Oscar de melhor canção, com arranjos que demonstram imponência dão o complemento exato da ótima aventura que para muitos é considerada a melhor do agente secreto, mais do que a recente 007 contra Spectre. Skyfall arrecadou cerca de US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais tornando-se de fato o filme mais lucrativo da história da franquia. Uma verdadeira permissão para... o sucesso!! (R.A.)



TRAILER



007 Operação Skyfall (Skyfall, 2012)

Direção: e argumento Sam Mendes

Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade

Elenco: Daniel Craig, Judy Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Naomi Harris, Ben Wishaw


   

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

duplo golpe

A ASCENÇÃO DO DRAGÃO

No início da década de 70, Bruce Lee assinava seu nome na história do cinema



   Respectivamente em 1971 e 1972, Bruce Lee iniciava sua meteórica carreira nas telas do cinema exibindo suas notáveis habilidades que rapidamente o tornaram o primeiro astro internacional de artes marciais. O ator e mestre já era conhecido pelo seriado O Besouro Verde (The Green Hornet), exibido na TV norte-americana em 1966, o que lhe deu fama e destaque nas mídias da época. Antes de estrear em Hollywood no ano de 1973, o artista voltou para a China onde estrelou dois filmes de ação que o tornaram o maior astro do oriente: The Big Boss e Fists of Fury.



A brilhante estréia 

 Seu primeiro longa-metragem nas telas foi O Dragão Chinês (The Big Boss, 1971), dirigido e escrito por Lo Wei e foi um sucesso absoluto, conta-se que na época foi o filme de maior bilheteria de todos os tempos em Hong Kong e instantaneamente o jovem ator atingiu o estrelato em sua terra natal, tornando-se mais popular que o astros até então conhecidos. Na trama de The Big Boss, Lee interpreta Cheng Chao-an, um jovem chinês recém chegado em uma pequena cidade e que procura trabalho, hospedando-se na casa de seus primos que logo lhe arranjam emprego numa fábrica de gelo, local onde eles trabalham.
  Em pouco tempo, Cheng descobre que dentro dos bloco de gelo drogas são armazenadas e contrabandeadas secretamente, de modo que a fábrica de gelo é uma fachada para o tráfico de drogas, o que obviamente é mais lucrativo do que o gelo. Ao mesmo tempo ocorre uma série de desaparecimentos e e aos poucos Cheng descobre que os desaparecidos, na verdade foram mortos por descobrirem o tráfico de drogas, e entre os mortos está Hsiu Chien (James Tien), um de seus primos. Logo Cheng é perseguido pelos capangas do tráfico e terá de lutar ferozmente para sobreviver e ainda salvar Chow Mei (Maria Yi), sua prima que foi raptada pelo chefão do tráfico.


Cheng contra o senhor Hsiao Mi, o chefão do tráfico

  Também conta-se que a trama do filme é baseada na história real de um jovem que viveu na Tailândia entre a passagem do século XIX para o XX, e que lutou contra tiranos tornando-se uma lenda local, de modo que uma estátua foi erguida em sua homenagem em um jardim de Bangkok há mais de 80 anos.
  O filme tem um alto nível de violência e contém cenas um tanto fortes mesmo para a época de produção, e ainda teve cenas cortadas na edição final. Lee compõe coreografias que logo o tornariam um artista inigualável na época, distante de cenas fantasiosas das demais produções do cinema de Hong Kong. Ainda assim, o ator teve divergências com o diretor Lo Wei, pois Lee não queria cenas fantasiosas, embora teve que aceitar, como a cena em que ao socar um adversário que com o impacto atravessa uma parede de madeira, o buraco na parede tem o formato do contorno de seu corpo, como ocorre em desenhos animados. Porém, nada prejudicou ou impediu o desempenho do filme nas telas, tendo um sucesso estrondoso e sem precedentes no gênero de artes marciais.


O segundo sucesso

  Em 1972, o astro estreava seu próximo filme, A Fúria do Dragão (Fists of Fury), novamente dirigido e roteirizado por Lo Wei, porém com uma boa produção bem melhor que The Big Boss e também um elenco melhor contando novamente com a presença de James Tien e Nora Miao, além de outros conhecidos atores chineses. A trama se passa na década de 1930, quando a China estava sob ocupação do japoneses que subjugavam os chineses para fins de domínio político. O jovem Chen Zhen ao chegar de uma longa viagem, depara-se com o funeral de seu  mestre Ho Yuan-chia, morto de forma misteriosa, segundo rumores acometido por alguma doença.


  Chen Zhen, não acredita em tal teoria e nem seus amigos da escola de Kung-Fu também não acreditam em tal hipótese. Entretanto Zhen resolve investigar a fundo para descobrir o real motivo da morte do mestre Yuan-chia, que sempre fora um homem  forte e saudável, além de ter sido um grande lutador em sua juventude. Tomado de fúria Zhen parte para cima dos japoneses que logo experimentam a fúria de seus punhos, tal como diz o título cuja tradução é Punhos de Fúria.


  Nesta elaborada produção com grandes cenas de luta coreografadas pelo próprio Lee, o ator prova que além de sua conhecida habilidade marcial, também tinha certo talento para atuar, já que interpreta um homem muito amargurado na figura de Chen Zhen, obcecado por descobrir a verdade e vingar seu mestre, pois mesmo a justiça chinesa pode estar submetida ao domínio japonês, o que pode dificultar a vida dos discípulos do falecido mestre Yuan-chia.

  À medida que vai investigando e fazendo terríveis descobertas, Zhen deixa um rastro de sangue por onde passa, pois começa a matar aqueles que ele descobre estarem envolvidos com a morte de seu mestre e Zhen passa então a ser perseguido como criminoso pela polícia da cidade de Shangai.

  A exemplo de o Dragão ChinêsA Fúria do Dragão também foi um grande sucesso de bilheteria no Oriente, produzido pela Golden Harvest, a famosa produtora de filmes de luta de Hong Kong. Lançado também sob o título The Chinese Connection (A Conexão Chinesa), o filme tornou-se referência no gênero de modo que a cena em que Lee enfrenta vários oponentes em um dojo japonês foi homenageada em Lutar ou Morrer (Fist of Legend, 1994) e O Beijo do Dragão (Kiss of the Dragon, 2001), ambos interpretados por Jet Li.







Chen Zhen Vs Petrov
  Apesar da aparente boa parceria entre Lee e Lo Wei, após este filme o ator não quis mais trabalhar com Wei, pois assim como ocorreu no filme anterior (The Big Boss), em Fists of Fury também há algumas cenas distantes da realidade, o que não agradava Lee, pois o artista sempre buscava retratar realismo em suas coreografias, como pode ser visto posteriormente em O voo do Dragão (1972).
  Dentre os vários oponentes de Lee em A Fúria do Dragão, destaca-se num dos confrontos finais a luta entre Zhen e o lutador russo Petrov, interpretado por Robert Baker, campeão de Karatê e discípulo de Lee na vida real - conta-se que Baker era guarda costas do ator.



 Com um final tão chocante quanto The Big Boss, Fists of Fury surpreende até hoje e pode ser visto como uma obra atemporal, pois Lee deixou retratado em seus dois principais papéis não apenas um invencível lutador mas sobretudo personagens humanizados que numa dramática busca por justiça, provavam o sabor amargo da injustiça. Enfim, um clássico imortal e obrigatório para todas as gerações. (R.A.)

TRAILERS