domingo, 31 de março de 2013

notas

Estréias no cinema
Final de março é marcado com boas estréias nas telas gigantes

 Nesta última semana de março estreou nos cinemas brasileiros m G.I. Joe: Retaliação (G.I. Joe: Retaliation, 2013), sequência direta do filme de 2009, G. I. Joe: A origem de Cobra. Nesta nova aventura, um acordo internacional visa definir a redução de ogivas nucleares no mundo todo, porém os EUA fogem do acordo, pois como pôde ser visto no final do longa anterior, a organização Cobra infiltrou-se no governo norte-americano, assumindo o comando das decisões políticas do país e ameaçando as potências mundiais com uma arma de alto poder de destruição. O grupo para-militar G.I. Joe é desativado pelo governo e tornam-se vítimas de uma conspiração, o que os obriga a se unir e agirem por conta própria numa tentativa desesperada de salvar os Estados Unidos e o restante do mundo. O elenco traz os astros Dwayne Johnson e Bruce Willis, além de Channing Tatum, Ray Stevenson, Adriane Palicki e D. J. Cotrona, e a direção de Jon M. Chu. 





  Outra boa estréia dessa última semana é Parker, trhiller de ação e suspense estrelado por Jason Statham que interpreta um talentoso ladrão que quase morre ao ser traído por membros de seu grupo. Parker sobrevive e decide planejar uma vingança contra seus colegas traidores. Sabendo que o próximo plano do grupo é um roubo milionário na Flórida, ser um figurão milionário, ele finger ser um figurão milionário interessado em fazer um investimento na região, quando então conhece Leslie, uma corretora de imóveis em dificuldades financeiras que por sorte ou azar, acaba se metendo no caminho dos criminosos. O longa adaptado de um livro de Donald E. Westlake e dirigido por Taylor Hackford, traz no elenco mais alguns nomes conhecidos, Nick Nolte, Jennifer Lopez e Michael Chiklis.


quinta-feira, 28 de março de 2013

resgate oitentista

COMANDO DELTA

Suspense e ação em thriller nostálgico



  E para terminar a maratona em homenagem a Chuck Norris, escolhi o filme Comando Delta (Delta Force, 1986) grande sucesso da carreira do astro e considerado um dos melhores thrillers dos anos 80. Dirigido por Menahem Golan, dono da agora saudosa produtora de filmes Cannon, dos parceiros Golan-Globus, esta película é baseada em um fato real acontecido em 1976, quando um avião contendo 200 passageiros foi sequestrado durante um voô comercial cuja rota Tel Aviv - Paris, fora desviada para o aeroporto de Entebbe, situado em Uganda, África do Sul, cuja missão bem sucedida é considerada por muitos especialistas como a melhor operação de resgate já realizada. Ainda na década de setenta, Golan roteirizou e dirigiu um filme intitulado Operação Thunderbolt (Mivtsa Yonatan, 1977), produção israelense baseada no evento àcima relatado, ou seja, tal produção serviu de base para o roteiro de Delta Force, que pode ser considerado uma adaptação para o cinema estadunidense. 
Cartaz original
   Comando Delta é um dos filmes mais tensos que Norris estrelou, pois a trama repleta de suspense abre pouco espaço para a ação, de modo que aqui o ator não tem cenas espetaculares de luta, exceto nos momentos finais e que não chega ser espetacular. O roteiro escrito por James Bruner e Menahem Golan é muito bem estruturado e narra detalhadamente o sequestro do jato 707,  repleto de passageiros que são tomados de reféns por dois terroristas libaneses que após amedrontarem os passageiros com toda frieza e truculência típicas, mudam a rota do vôo para Beirute. Obviamente o melhor grupo para-militar que pode lidar com este tipo de situação é o comando Delta, que dá nome ao título do filme.



Robert Foster no papel de terrorista
  Major McCoy, interpretado por Norris assume o comando da missão e junto com seus agentes altamente treinados, partem para a complicada missão. A primeira hora do longa concentra-se totalmente na questão do sequestro, de modo que metade do roteiro é composto de diálogos e situações que prendem a atenção devido ao apreensivo clima de suspense, e o medo retratado nos rostos dos reféns é motivo mais que suficiente para que o espectador aguarde com ansiedade pelo que virá, quando a Força Delta realmente agir. Delta Force também mostra um poderio bélico bastante avançado mesmo pra época, pois nos momentos finais o herói utiliza uma potente moto equipada com armamentos pesados, o que o capacita a enfrentar  sozinho vários terroristas no campo de batalha.



 O longa tem ótimas cenas de ação no segundo ato, e como a época em questão é a década de 80 há espaço também para uma cena absurda, quando McCoy e seu parceiro fogem numa Combi pelas  ruas estreitas de Beirute ao serem perseguidos por terroristas a bordo de um Jipe. A ótima trilha sonora composta por Alan Silvestri traz uma música que parece ter se tornado mais famosa que o filme, pois já foi executada em diversas reportagens de noticiários, e traz uma sonoridade atemporal, destas que foram feitas para jamais envelhecer.





Lee Marvin
 Entretanto, a película tem sua maior força estruturada no elenco que traz atores de peso como o veterano George Kennedy, Hanna Schygulla, Robert Forster, Shelley Winters, Robert Vaughn, Bo Svenson e o também veterano Lee Marvin, que no passado estrelou vários filmes de guerra, além de faroestes e aqui em Delta Force, faz sua última aparição no cinema. Comando Delta é um dos filmes de ação mais bem sucedidos dos anos 80 e provavelmente é a produção mais bem elaborada dos produtores Golan e Globus devido ao esmero técnico, além do que inspirou outras produções sobre missões de resgate, inclusive na década seguinte. O trhiller já foi reprisado diversas vezes na tv aberta, mas atualmente pode ser melhor apreciado nos formatos digitais.

Trailer


Comando Delta (The Delta Force, EUA, 1986) – Nota 7,5


Direção – Menahem Golan


Elenco – Chuck Norris, Lee Marvin, Joey Bishop, Martin Balsam, George Kennedy, BoSvenson, Susan Strasberg, Hanna Schygulla, Robert Forster, Shelley Winters, Robert Vaughn, Lainie Kazan, Steve James, Kim Delaney.

  

quinta-feira, 21 de março de 2013

guerra nostálgica


BRADDOCK II - O Início da missão
Um clássico de ação para relembrar os míticos tempos oitentistas


  Para dar continuidade à maratona dos filmes de Chuck Norris, escolhi Braddock 2 - O Início da missão (Missing in Action 2 - The Begining, 1985), um prequel que narra os eventos ocorridos no Vietnã antes do  filme Braddock - O Super Comando (Missing in Action, 1984). A trama traz o Coronel Braddock junto de seu pequeno pelotão no início da década de 70, partindo de helicóptero para um confronto em campo vietnamita, pois estão em plena Guerra do Vientã, cujo período de conflito durou cerca de 15 anos. 
  James Braddock e seus homens foram capturados após terem seu helicóptero abatido e levados ao acampamento de coronel Yin, um cruel líder e militar vietnamita que mantém um grande campo de plantação de ópio no interior da selva. Braddock e seu pelotão estão oficialmente desaparecidos para os Estados Unidos e dificilmente serão encontrados ou resgatados, pois tornam-se prisioneiros de Yin, tendo que se submeter à trabalhos forçados nos campos de ópio sob pena de sofrerem terríveis represálias, além do que são tratados como escravos.

cartaz original
  Dirigido por Lance Hool e escrito a seis mãos por Steve Bing, Larry Levinson e Arthur Silver, a película traz momentos comoventes retratados no sofrimento dos prisioneiros que muitas vezes são tratados como animais, tendo que trabalhar sob o forte calor do sol além de sofrerem torturas como forma de punição. E um dos momentos mais chocantes do cinema físico oitentista é retratado na crueldade sem limites do coronel Yin interpretado por Soon-Tek Oh, ator nascido na Japão e radicado na Coréia; na cena em que Braddock é pendurado de cabeça para baixo com um saco de pano amarrado na cabeça contendo um rato, o destemido coronel prova que é capaz de resistir às intimidações de Yin a fim de encorajar seus homens a manterem-se firmes na esperança de ainda sobreviverem para escapar do inferno no qual se encontram.

Coronel Yin


 Quando Braddock e seus homens conseguem virar o jogo, a ação se desenvolve de modo dinâmico tanto nas habilidades do herói quanto na bravura de seus homens que num ousado plano de estratégia conseguem empreender uma fulminante retaliação contra seus algozes vietnamitas. Entre tiroteios, fugas espetaculares e explosões, o ponto alto da ação encontra-se nas habilidades de Norris que na época aos 45 anos demonstrava ótima forma nas coreografias de luta. E o esperado confronto final entre os dois coronéis está entre as melhores cenas de luta dos anos 80, pois Braddock dá uma verdadeira aula de karatê ao arrogante vilão.


 Braddock 2 apesar de ser uma produção bem modesta tendo custado apenas $ 2,41 milhões de dólares, faturou alto nas bilheterias, pois arrecadou cerca de 10, 8 milhões de dólares só nos Estados Unidos. Produzido pela saudosa Cannon Pictures, produtora de filmes de ação B, o filme destaca-se como um dos melhores da carreira de Norris, além de ser uma das melhores aventuras de guerra do período tal como a trilogia Rambo. Contudo, ambas as franquias Rambo e Braddock conseguiram causar algumas discussões a respeito da guerra do Vietnã, por tratar-se de um tema muito polêmico ainda que de forma fictícia.



  Discussões políticas à parte, a franquia Braddock ainda rendeu um terceiro filme, Braddock III - O Resgate, formando assim uma das mais populares trilogias do cinema físico oitentista, e elevou de forma significativa a fama estelar de Chuck Norris que até hoje é lembrado por este papel, ainda tendo seu nome associado ao heróico personagem de guerra. O filme encontra-se disponível em dvd pela coleção Clássicos MGM, para o deleite do público nostálgico, ou para as novas gerações que apreciem o velho e bom Chuck.

Trailer


Missing in Action II - The Begining

Ano: 1985

País: Estados Unidos

Gênero: Aventura

Atores: Chuck Norris, Soon-Tek Oh, Steve Willians

Direção: Lance Hool

Duração: 100 minutos









terça-feira, 19 de março de 2013

ação oitentista

OLHO POR OLHO
Um flashback nostálgico para relembrar um dos clássicos de Chuck Norris



  Neste mês o lendário Chuck Norris completou 73 anos de idade no dia 10. Nada mais justo que homenagear a lenda viva relembrando alguns dos filmes que pavimentaram sua carreira na década de oitenta. Esta semana comentarei sobre 3 filmes de Norris e para iniciar  esta maratona, vamos começar com Olho por Olho (An Eye for an eye, 1981) também conhecido como Ajuste de Contas, título com o qual fora exibido nos cinemas na época de lançamento. Quem passou a infância ou a adolescência nos anos 80, certamente lembra-se desse filme, pois o mesmo foi reprisado exaustivamente na saudosa "sessão das dez" transmitida nas noites de domingo pelo canal SBT.

morte brutal de Dave
  Nesta película, Norris interpreta Sean Kane, um policial da Divisão de Narcóticos na cidade de São Francisco, que no início da trama perde o parceiro Dave (Terry Kiser), assassinado de forma brutal. Ambos agiram disfarçados durante uma operação sigilosa com o intuito de desmascarar uma quadrilha de traficantes. Durante a ação desastrosa, Kane mata um suspeito e se vê forçado a entregar o distintivo a seu chefe, porém ele prosseguirá investigando por conta própria, principalmente depois que a jornalista Linda Chan (Rosalind Chao), esposa de seu amigo Dave, é assassinada misteriosamente em sua casa. Diante de tais perdas Kane parte numa longa jornada em busca de justiça e vingança.

Linda Chan
  Olho Por Olho traz Steve Carver na direção, que dois anos mais tarde dirigiu Norris no excelente Mcquade - O Lobo solitário (1983). Carver tinha o "faro" certo para filmes de ação, pois o cineasta não perde tempo com excesso de diálogos e explicações exaustivas. Norris teve que "trabalhar duro" nesta aventura, como se pode notar nas várias cenas de luta que preenchem os 96 minutos da produção. Coreografias muito bem encenadas e sem excesso de cortes como infelizmente ocorre nos dias atuais. E também uma ótima trilha sonora com um ritmo contagiante para embalar os melhores momentos da ação.





  Por mais absurdo que seja ver um policial enfrentando diversos bandidos com socos e chutes ao invés de usar uma arma de fogo, na década de oitenta isto é bem aceito, ainda mais que o mito do Karatê está em cena demonstrando suas habilidades marciais e ainda jovem o suficiente para realizar tais feitos. Porém, o filme começa de forma bem séria, com uma boa trama policial e um perfil até realista, mas ao longo da narrativa quando Kane começa a agir em sua busca por vingança, o realismo em questão perde lugar para legitimar as habilidades marciais de Norris. Também é interessante notar que a partir desse filme Norris passou a atuar de maneira mais despojada demonstrando senso de humor, fazendo piadinhas ocasionais, como por exemplo numa cena em que põe um travesseiro atrás da cabeça de um bandido, após nocauteá-lo com vários chutes.


  O roteiro escrito por James Bruner tem argumentos muito interessantes que moldam a trama policial, pois faz um cruzamento do tráfico de drogas dos Estados Unidos com as atividades da Tríade, a lendária máfia chinesa que age secretamente em várias partes do mundo - por isso não é à toa a presença de personagens orientais no filme, como por exemplo o gigantesco segurança interpretado pelo saudoso Toru Tanaka, que  é o capanga do vilão.

    A trama ainda traz Mako, ator bem conhecido na época por participar de produções marcantes tais como Conan, O Bárbaro; Conan, O Destruidor e vários outros. Outras participações especiais são do lendário Cristopher Lee, o eterno Conde Drácula, interpretando o vilão da trama Morgan Canfield, pois Lee é chefão do crime por trás da rede de tráfico de drogas que assola San Francisco - e não deixa de ser hilário dizer que o Drácula quase é estrangulado pelo lendário Norris, um duelo no mínimo célebre, diga-se de passagem. O elenco ainda traz outros nomes conhecidos da época, como o ator Richard Roundtree, que interpretou Shaft nos anos 70, e a atriz Maggie Cooper, conhecida por trabalhos na TV.
Mako em cena com Norris


  A boa mistura de trama policial séria e aventura de artes marciais rendeu um filme rápido com cenas  de ação estonteantes embora um tanto exageradas em certos momentos. Porém a fórmula se repetiria ao longo da década de 80 e também nos anos 90, ou seja, nos tempos áureos do "cinema-de-ação-testosterona", que até então reinou absoluto em Hollywood. Todavia, por mais que o gênero de ação tenha evoluído para o realismo que se vê nas produções atuais, os velhos e bons tempos sobrevivem de maneira implacável nas mentes do público nostálgico.
Trailer



Olho por Olho (An Eye for an Eye; EUA, 1981)

Diretor: Steve Carver




Roteiro:

 James Bruner




Elenco: Chuck Norris, Cristopher Lee, Mako, Rosalind Chao, Richard Roundtree, Maggie Cooper, Professor Toru Tanaka


quinta-feira, 14 de março de 2013

justiça futurista

DREDD
Personagem dos quadrinhos britânicos retorna às telas do cinema 



  Herói quase desconhecido das HQ´s, finalmente ganha uma adaptação digna de suas histórias gráficas. O juiz Dredd, que anteriormente fora interpretado por Stallone num filme muito duvidoso intitulado O Juiz (Judge Dredd,1995), desta vez retorna em uma aventura mais digna do respeito de seus fãs. Interpretado por Karl Urban, o personagem criado no Reino Unido em 1977 pelos quadrinistas John Wagner e Carlos Ezquerra, protagoniza esta película britânica que traz uma aventura ambientada num futuro próximo.
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Ilustração de HQ
  Dirigido por Pete Travis, o longa traz uma visão cinzenta e bastante sombria do futuro, representada pela metrópole Mega City One, combinando elementos do presente com um planejamento urbano futurista e tal como na atual sociedade, o futuro também é aterrorizado pela violência das grandes cidades - Mega City é constantemente assolada por gangues de criminosos e possivelmente é uma das cidades mais violentas do futuro retratado no filme. E para conter a violência desenfreada de uma grande cidade, é necessário mais do que uma tradicional força policial - é aí que entram em cena os Juízes, agentes da lei um pouco diferentes dos policiais do passado, pois um Juíz está devidamente autorizado a fazer justiça executando a sentença cabível: prender ou condenar à morte.
Vista de Mega City One
  Joe Dredd é designado para capturar uma quadrilha comandada por Madeline Madrigal, mais conhecida como Ma-Ma, uma poderosa traficante que está dominando o tráfico com uma nova droga chamada Slo-Mo, cujo efeito alucinógeno é belamente retratado num efeito 3D em câmera lenta, cuja justificativa é simular o ponto de vista dos viciados que sob o efeito da droga enxergam a realidade numa velocidade que corresponde a um centésimo do normal, e assim a imagem do que vêem é retratada em mínimos detalhes, como se o mundo à sua volta fosse uma pintura em movimento.




efeito do Slo-Mo
  Durante a missão, Dredd é encarregado de avaliar o desempenho de Cassandra Anderson (Olivia Thirlby), uma novata candidata a Juíza e apesar de demonstrar certa insegurança em alguns momentos e cometer graves falhas nos testes, o Departamento de Justiça tem grande interesse na moça, pois ela é dotada de poderes psíquicos, o que pode auxiliar muito os Juízes na caçada à criminosos. Dredd e Cassandra terão de adentrar a torre Peach Trees, um gigantesco bloco residencial com 200 andares, cujo último andar é o quartel-general de Ma-Ma e sua gangue.
Dredd e Cassandra
  Contudo, a torre Peach não se trata de um condomínio residencial de luxo, apesar de toda a tecnologia que detém - trata-se de um bloco de periferia, pois no futuro apresentado pelo roteiro do filme, a população menos favorecida não habita mais em bairros populares ou favelas, pois tais sistemas de habitação não existem mais e as comunidades foram alocadas em prédios residenciais, grandes o suficiente para acomodar um bairro inteiro.

Karl Urban
Ma-Ma
  Karl Urban demonstra dureza e truculência necessária com uma entonação de voz grave para compor  Dredd, porém tal como nos quadrinhos seu rosto nunca é mostrado por inteiro, pois esta sempre coberto por um grande capacete com visor escuro, o que lhe dá um certo ar de mistério e imponência. Lena Headey também tem um ótimo destaque ao interpretar Ma-Ma ao demonstrar uma frieza natural ressaltada pelas fortes cicatrizes no rosto, além do que o fato de uma mulher ser chefe do crime organizado faz toda diferença num universo tradicionalmente dominado por homens.
  O visual e a chamada ultra-violência lembram um pouco Robocop e provavelmente as HQ´s do Juíz Dredd podem ter servido de inspiração para muitos filmes de ficção científica ao longo das últimas décadas. Estiloso, sombrio e realista a seu próprio modo, Dredd é uma grata surpresa tanto em termos de ação quanto de ficção científica e se daqui a algumas décadas à frente surgir alguma força de defesa tal como os Juízes apresentados no filme, a segurança da população terá um futuro promissor.

TRAILER


Dredd
Reino Unido / Índia / EUA , 2012
Ação
Direção:
Pete Travis
Roteiro:
Alex Garland
Elenco:
Karl Urban, Olivia Thirlby, Lena Headey, Domhnall Gleeson, Santi Scinelli, Wood Harris, Rakie Ayola
  

terça-feira, 5 de março de 2013

oscar

UMA BREVE REFLEXÃO 
SOBRE O OSCAR



Filmes com temas políticos continuam a dominar a premiação máxima de Hollywood

  O cinema estadunidense parece estar cada vez mais dominado por temas políticos, a julgar pela premiação do Oscar nos últimos tempos. Em 2010, Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008) levou o premio ao retratar o dia a dia dramático de soldados norte-americanos na guerra do Iraque e apesar de não ser  essencialmente político, o filme obviamente estava ancorado com a atual política dos Estados Unidos governado por Obama. Em 2011 o filme O Discurso do Rei (The King´s Speech, 2010) arrebatou a estatueta dourada ao narrar a história do rei Albert Frederick Arthur George, o jovem monarca da Inglaterra que por problemas de gagueira e timidez tinha dificuldade de se comunicar com o público.

  Em 2012, os filmes indicados pela acadêmia de Hollywood não tinham conteúdo político; filmes essencialmente artísticos e dois dos indicados coincidentemente prestaram bela homenagem à história do cinema, A Invencão de Hugo Cabret e O Artista lideraram as indicações sendo o segundo o vencedor de melhor filme.

  Agora em 2013, o Oscar esteve rodeado de filmes com temas políticos tal como os anteriores citados no primeiro parágrafo. Desta vez, os filmes indicados exaltam o poderio político dos Estados Unidos, Lincoln, A Hora mais escura (Zero Dark Thirty) e Argo, este último dirigido por Ben Affleck e que levou a estatueta de melhor filme, contando um história real acontecida no final da década de setenta, que retrata  uma invasão de manifestantes iranianos à embaixada norte-americana em Teerã e os esforços da CIA para resgatar dezenas de reféns.

  A julgar pelo teor dos filmes indicados a Oscar, a academia parece querer agradar entusiastas políticos em detrimento da arte, pois os filmes mais artísticos tem chances reduzidas de levar o premio máximo, como pode ser conferido no resultado do Oscar 2013 e de anos anteriores. E não é à toa que Argo foi anunciado como vencedor pela Primeira Dama Michelle Obama, diretamente do salão da Casa Branca com imagem transmitida em um telão que se abriu no palco nos momentos finais da cerimonia.

  A conclusão a que se pode chegar é que o Oscar está político demais nos últimos tempos ou os estúdios de Hollywood estão fazendo média com o governo norte-americano a fim de que o restante do mundo veja os Estados Unidos com olhos mais amigáveis, pois isso pode ser compreendido pelo sentimento "anti-americano" que tomou conta do pensamento da população mundial desde o início do século XXI. E não é à toa que até mesmo no Bafta, o prêmio da acadêmia britânica de Artes da televisão e do cinema, Argo também levou a estatueta de melhor filme. Pelo visto, a política estadunidense continuará em cena por um bom tempo.