terça-feira, 28 de maio de 2013

Statham em dvd

PARKER

Trhiller na medida certa para agradar fãs de ação e suspense



  Chega em DVD e Blu-Ray o novo filme estrelado por Jason Statham. Parker (2013), que teve uma curta duração nas telas do cinema e traz o astro britânico em mais boa trama composta de intrigas, suspense na dose certa e ação para agradar os aficcionados pelo gênero físico. Baseado no livro escrito por Donald E. Westlake, o roteiro escrito por John J. McLaughlin segue o personagem-título, uma espécie de ladrão profissional que pretende se aposentar após um último grande roubo. Ao trabalhar com um grupo, e após alguns atritos com os integrantes por divergência de idéias, Parker quase é morto pelos mesmos e atirado em uma estrada deserta. E milagrosamente é encontrado por moradores rurais que o levam a um hospital a tempo de salvá-lo. 

  A trama que segue envolvente é uma típica história de briga entre ladrões, porém sem grandes surpresas. Statham faz o mais do mesmo e seu personagem mostra-se até interessante, mas não chega a ter grande profundidade, embora esta seja levemente sugerida pelo roteiro. Em um certo momento Parker responde à Leslie (Jennifer Lopez) quando esta o questiona sobre a natureza de seu trabalho: "todos roubam. Alguns admitem, outros não. Humanos são assim. Por isso que inventamos cadeados".

  O personagem de Statham sugere leves toques de sensibilidade para um sujeito que, em outras palavras vive para roubar e rouba para viver e embora não seja exatamente um Robin Hood, ele não rouba dos pobres e chega até a ajudar algumas dessas pessoas financeiramente, embora tal ato de bondade seja circunstancial. Parker também demonstra senso de humanidade ao não matar nenhuma das pessoas que rouba, mas como já mencionado no início deste parágrafo, os gestos de humanidade do ladrão parecem servir mais para que o público simpatize com o personagem do que para torná-lo profundo. E Leslie, a personagem de Jennifer Lopez não funciona como alívio cômico e sua forçada amizade com Parker chega a atrapalhar os planos do mesmo de modo que só se mostra realmente útil para que ele se esconda na casa dela quando passa a ser perseguido pelos ex-parceiros ao descobrirem que ele está vivo.




  Por fim, o filme capricha no que tem de melhor, trazendo ação com bastante realismo e sem exageros e o diretor Taylor Hackford demonstra entender bem do assunto ao mostrar o anti-herói agindo furtivamente ao caçar seus algozes nos momentos finais, conforme seu plano de vingança. Melander, o vilão da trama, é interpretado por Michael Chicklis (o Coisa do Quarteto Fantástico), que mostra-se cruel e traiçoeiro, ou seja, o oposto de Parker. Enfim, Parker é um filme que não chega a surpreender, mas também não  decepciona e enquanto Statham fizer mais do mesmo com qualidade, o cinema físico agradece. E os fãs também.


Trailer


Parker - EUA, 2013
Gênero: ação / trhiller

Direção: Taylor Hackford

Roteiro: John J. McLaughlin

Elenco: Jason Statham, Jennifer Lopez, Nick Nolte, Michael Chicklis. 




sexta-feira, 24 de maio de 2013

estréia

Velozes & Furiosos 6 chega aos cinemas em alta velocidade

Sexto episódio da franquia traz elenco maior e mais ação no asfalto

  Estréia nesta sexta nos cinemas de todo o país a sexta aventura de Velozes e Furiosos. Retornam ao volantes Dominic Toretto (Vin Diesel) e Brian O´Conner (Paul Walker) e o restante da gangue espalhados pelo mundo desfrutando os milhões que faturaram na aventura anterior. 
  O policial Luke Hobbs (Dwayne Johnson) está na caça de uma quadrilha maior de roubo de carros, liderada por Shaw (Luke Evans). Com a forte possibilidade de que Letti (Michelle Rodriguez) esteja viva e trabalhando para Shaw, Hobbs faz um acordo com Dominic para que este o ajude a caçar a nova gangue, e assim a gangue de Dom pode receber o perdão governamental e não serem mais caçados. O novo longa traz novamente a direção de Justin Lin e participações especiais de Gina Carano e Jason Statham. 


sábado, 18 de maio de 2013

ação high-tec

HOMEM DE FERRO 3
Terceiro filme da franquia prossegue com a saga do herói em meio a erros e acertos


    O personagem de maior destaque da Marvel nos últimos tempos retorna aos cinemas mais uma vez, de maneira triunfante. Após o grande sucesso dos filmes de 2008 e de 2010, o herói metálico retorna em sua terceira aventura e também o primeiro filme da Marvel pós-Vingadores e atualmente domina as bilheterias tendo atingido nesta semana a marca de 1 bilhão de dólares em bilheterias, e isto em apenas 22 dias de exibição desde sua estréia, o que o coloca na décima sexta posição dos filmes que mais venderam ingressos em todos os tempos. 
  Embora o sucesso seja absoluto e até certo ponto inquestionável, o mesmo não se pode dizer do filme, ao menos em termos de roteiro, o qual apresenta estranhas falhas para uma saga até bem sucedida, diga-se de passagem. Dirigido por Shane Black e roteirizado pelo mesmo em parceria com Drew Pearce, o terceiro episódio traz um Tony Stark mais uma vez bastante ocupado e extremamente dedicado ao desenvolvimento de suas armaduras. Após os eventos vistos em Os Vingadores (2012), Stark parece cada vez mais preocupado em aperfeiçoar seus artefatos tecnológicos. Afinal depois de enfrentar uma invasão alienígena sendo acompanhado por um deus nórdico, um soldado da Segunda Guerra e um enorme monstro verde, sua visão da realidade e até seu estado psicológico mudam completamente, de modo que ele se sente impelido a buscar cada vez mais, a melhor tecnologia possível para o que quer que ocorra daí para frente. E a partir do próximo parágrafo, o texto trará spoillers.


  Apesar da interessante premissa, os equívocos do roteiro não demoram a aparecer, como pode ser notado  durante o ataque à mansão de Stark, ordenado pelo terrorista Mandarim (Ben Kingsley), o suposto vilão da trama. Afinal, se Stark havia desenvolvido um poderoso sistema de piloto automático para toda a sua coleção de armaduras, obviamente ele poderia ter utilizado algumas por meio deste recurso, para então confrontar os invasores com mais eficácia, embora o ataque tenha sido muito repentino e Stark quase não teve de pensar em alguma estratégia. Mas o que dizer de sua incompetência em revelar ao mundo seu endereço residencial diante de uma coletiva de imprensa? Também não ajuda muito a insistência do roteiro em manter vivo o guarda costas Happy (John Favreau) após uma terrível explosão que matou várias pessoas. 


  As crises emocionais de Stark também não ajudam muito, já que estas são mal desenvolvidas pelo roteiro e até mesmo pela atuação de Robert Downey Jr. Afinal, como levar a sério crises que duram cerca de 1 minuto e resolvem-se rapidamente devido a algumas palavras de incentivo de algum amigo? Ou seja, num instante Stark está decaindo emocionalmente e de repente, como num passe de mágica, ele já está todo animado e pronto para enfrentar uma batalha!!!!

  Entre os pontos positivos da aventura, um grande destaque sem dúvida é o desfile de armaduras no terceiro ato do filme, todas comandadas pelo piloto automático criado por Stark, ótimo sinal de sua genialidade. E se a ação e a tecnologia são os pontos fortes da aventura, o mesmo não se pode dizer do Patriota de Ferro, personagem desperdiçado e que parecendo que foi inserido na trama apenas para mostrar o novo design da armadura de James Rhodes, que no filme anterior tinha o codinome Máquina de Combate. E não deixa de ser estranho que os vilões não tenham matado o coronel Rhodes após capturá-lo, pois eles só precisavam da armadura e o militar não tinha serventia alguma para eles. 










  Os super-vilões são até certo ponto interessantes, por terem uma força descomunal e um poder de regeneração que os torna quase imortais. O roteiro baseia-se no arco da saga "Extremis" dos quadrinhos, escrita por Warren Ellis e publicada entre 2005 e 2006 - na trama a nanotecnologia Extremis, criada pelo cientista Aldrich Killian (Guy Pearce no filme), vai parar nas mãos do terrorista Mandarim, que ameaça criar um exército de soldados modificados geneticamente. 



  Peper Pots, a secretária e namorada de Tony Stark também se destaca ganhando importância maior na trama, o que favorece bastante a atriz Gwyneth Paltrow que nos filmes anteriores tinha uma participação muito limitada. E a ótima cena em que ela segura o capacete danificado do Homem de ferro é um dos mínimos momentos dramáticos do longa. Recentemente, o roteirista Drew Pearce revelou à imprensa que  para escrever tal cena inspirou-se numa foto comovente do velório do piloto brasileiro Airton Senna, em que a irmã Viviane Senna segura o capacete do irmão.
  O herói metálico, criado por Stan Lee em 1963, plena época de Guerra Fria, completou 50 anos em março de 2013 e sua terceira aventura obviamente é um grande presente para os fãs, o que não deixa de ser uma grata surpresa, especialmente num momento em que os estúdios de Hollywod tem seu maior lucro em filmes de super-heróis. Em meio a erros e acertos o Homem de Ferro firma-se como herói do momento. É difícil prever se um quarto filme será benéfico para o personagem após tantos tropeços narrativos desta terceira aventura. E mesmo que a retirada do reator peitoral tenha alguma explicação convincente em alguma versão extendida em Dvd ou Blu-Ray, fica difícil de acreditar num herói que a princípio perdeu seu ponto fraco. Afinal, todos tem um. 

Trailer


Iron Man 3 
EUA , 2013 - 130 min.
Ação / Ficção científica
Direção:
Shane Black
Roteiro
Shane Black, Drew Pearce
Elenco
Robert Downey Jr., Guy Pearce, Ben Kingsley, Gwyneth Paltrow, Rebecca Hall, Paul Bettany, Don Cheadle, Jon Favreau, William Sadler, James Badge Dale, Stan Lee

quinta-feira, 16 de maio de 2013

notas

Lançamentos em Blu Ray

O Homem com punhos de ferro

O filme  se passa numa pequena vila da China feudal e acompanha a história de um ferreiro fabricante de armas. Para defender a si próprio e os camponeses locais de uma invasão iminente, o ferreiro se arma com luvas de ferro que ele mesmo fabricou. A direção é RZA e o filme traz um elenco exótico: Russel Crowe, Lucy Liu, Dave Bautista, Jamie Chung, Cung Le, Byron Mamm e Daniel Wu. A produção é assinada por Quentin Tarantino. 









Inimigos de Sangue

Nas ruas de Londres um detetive (James McAvoy) persegue um ex-condenado (Mark Strong) que acaba de retornar à capital inglesa. Ambos acabam envolvidos em uma trama que revela uma conspiração de alto nível. A direção é de Eran Creevy. 










Jack Reacher - O último tiro 

Um atirador de elite preso e condenado por matar 5 pessoas, pede em seu interrogatório a presença de Jack Reacher (Tom Cruise), um ex-militar que passou a viver recluso e à sombra da sociedade. O filme é baseado no livro de Lee Child e traz no elenco Rosamund Pike, Richard Jenkins, Werner Herzog, David Oyelowo e Robert Duvall. A direção é de Cristopher Mcquarrie. 







Os Mercenários 2

Finalmente é lançado em Blu Ray Os Mercenários 2. A trama leva Stallone e seu grupo de elite à uma missão na Albânia para pagar uma dívida com Church (Bruce Willis) e no meio do caminho acabam batendo de frente com Vilain (Jean Claude Van Damme), um perigoso terrorista que vai provocar uma reviravolta nos planos de Church. Simon West assina a direção da aventura. 


sábado, 11 de maio de 2013

luto

Morre Ray Harryhausen

Mestre dos efeitos visuais sai de cena no início de maio




  Na última terça feira dia 7 de maio, morreu de causas naturais aos 92 anos, Ray Harryhausen, considerado o maior técnico de efeitos visuais da história do cinema. Criador de inúmeros monstros e estranhas criaturas animadas por meio da técnica de stop-motion, que preencheram as telas do cinema e compõem o imaginário popular, Harryhausen era dono de um estilo inconfundível, pois suas criaturas apresentavam incrível riqueza de detalhes, além do que o ótimo trabalho de iluminação da maioria dos filmes conferia um certo realismo às suas animações. O que poucas pessoas sabem é que apesar de ser conhecido apenas como técnico de efeitos visuais, na verdade Harryhausen  dirigia várias das cenas dos filmes para os quais trabalhou. Porém o mestre das maquetes preferia não ser creditado como diretor, porque recusava a se submeter aos interesses dos grandes estúdios.
  A contribuição de Harryhausen é indiscútivel para a história do cinema e vários cineastas de renome  tais como Steven Spielberg, Guilhermo Del Toro, James Cameron e Peter Jackson reconhecem sua importância e humildemente alegaram que suas próprias obras não existiriam se não fosse a histórica influência do mestre dos efeitos visuais. Entre vários filmes inesquecíveis de fantasia e aventura, Harryhausen trabalhou em vários que hoje são tidos clássicos tais como Monstro de um Mundo Perdido (1949), que chegou a ganhar o oscar de efeitos visuais; Sinbad e a Princesa (1958), Jasão e os Argonautas (1963) e Fúria de Titãs (1981). Para honrar sua memória, nada mais justo que rever algumas cenas de sua arte inigualável.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

caçada apache

RENEGADO IMPIEDOSO

Um clássico raro da década de 70 traz uma perseguição mortal no oeste selvagem




  Entre os muitos filmes da prolífica carreira de Charles Bronson (1921-2003) destaca-se um western considerado raro atualmente, Renegado Impiedoso (Chato´s Land, 1972). Dirigido pelo saudoso britânico Michael Winner (1935-2013) e roteirizado por Gerald Wilson, esta película deve ser lembrada como um western revisionista, pois trata com mais dignidade a imagem dos índios, outrora tão deturpada pelo cinema estadunidense em filmes que retratavam os indígenas como vilões ou como meros selvagens que ocupavam o espaço que logo seria explorado por pioneiros. 
  O personagem de Bronson é um mestiço que se chama Chato, um indivíduo apache fiel às tradições do povo vermelho, mas mantém contato com a civilização e o progresso, de modo que costumeiramente caminha pelas cidades onde costuma passear e tomar whisky. Durante uma visita ao Saloon de uma pequena cidade, Chato acaba sendo hostilizado pelo xerife local que tenta humilhá-lo diante do dono do estabelecimento e de um outro freguês que está presente no local. Para intimidar o indígena, o xerife saca a arma e acaba sendo morto, pois o apache é extremamente hábil e rápido no manejo de armas de fogo.

Michael Winner e Charles Bronson no set de filmagens

  Chato foge para o deserto, que é o seu habitat natural, pois muitos apaches escolheram viver em regiões desertas e áridas, adaptando-se ao clima inóspito e aparentemente impróprio para um ser humano qualquer viver. O homem que testemunha a morte do xerife, logo corre para avisar o capitão Quincy Whitmore, interpretado por Jack Palance (1919-2006), um ex-combatente do exército confederado que reunirá alguns voluntários e fará o possível para capturar o mestiço apache e enforcá-lo para que pague pelo suposto crime.

Jack Palance
  O filme é um dos melhores westerns em termos de ambientação, ao retratar o deserto quente, rochoso e árido que os índios apache escolheram como moradia, o qual torna-se o campo da batalha sucedida ao longo da narrativa. Batalha até certo ponto épica, pois retrata uma feroz caçada do grupo de homens brancos ao índio apache, considerado selvagem do tolo ponto de vista da civilização; porém os homens brancos inevitavelmente tornam-se presas, por não saberem como sobreviver num lugar tão isolado e aparentemente inapropriado para a vida humana.

  O deserto habitado pelo caçador apache, torna-se personagem da narrativa pois castiga cruelmente os forasteiros que o invadem e o castigo da natureza é tão severo quanto as investidas do apache que caça seus perseguidores sem piedade. E Bronson mais uma vez mostra-se eficiente na pele de um personagem indígena; anteriormente ele interpretara outro personagem índio no filme Apache, de 1954 ao lado de Burt Lancaster. É até difícil imaginar outro ator na pele de Chato, mesmo com o personagem tendo pouquíssimas linhas de diálogo na narrativa; o papel caiu como uma luva para Bronson que o compõe perfeitamente com seus traços rústicos e um físico notável, o que o torna um autêntico guerreiro índio.


  Segundo consta no Imdb, a produção teve locações na Espanha, onde provavelmente situa-se o território desértico e rochoso mostrado no filme, um cenário natural que favorece bastante a fotografia e é muito parecido com regiões desérticas do oeste norte-americano.

cena de estupro
  A película é um tanto quanto violenta até mesmo para os padrões da época e segundo consta sofreu cortes na edição final, pois há uma cena de estupro coletivo em que os homens brancos estupram uma mulher índia, esposa de Chato, quando este esteve ausente por um tempo e seus algozes descobriram o local de sua moradia. Mas o western é um território violento e muito brutal na visão do cineasta Michael Winner, que encontrou em Bronson o protagonista ideal para vários de seus filmes e a rentável parceria rendeu mais cinco filmes além deste, os quais são: Assassino a preço fixo (The Mecanic, 1972), Desejo de matar 1, 2 e 3 (Death Wish, 1974, 1982, 1985) e Jogo Sujo (The Stone Killer, 1973).
  Renegado Impiedoso é western de primeira qualidade, autêntico e muito diferente dos westerns típicos. Na atual época, aos  poucos o gênero parece estar sendo redescoberto como pode ser notado em produções recentes como o grande sucesso Django Livre (Django Unchained, 2013), dirigido por Tarantino ou a ótima refilmagem de Bravura Indômita (True Grit, 2010), comandada pelos irmãos Coen. Portanto, quem apreciou os novos westerns, tem a chance de se aventurar pelos clássicos que fizeram a história do lendário gênero. E o filme de Winner, certamente é uma ótima opção.

Trailer







Renegado Impiedoso (Chato´s Land, 1972)
País: EUA
Diretor: Michael Winner
Roteirista: Gerald Wilson
Trilha sonora: Jerry Fielding
Elenco: Charles Bronson, Jack Palance, James Whitmore, Richard Basehart, Simon Oakland