OLHO POR OLHO
Um flashback nostálgico para relembrar um dos clássicos de Chuck Norris
Neste mês o lendário Chuck Norris completou 73 anos de idade no dia 10. Nada mais justo que homenagear a lenda viva relembrando alguns dos filmes que pavimentaram sua carreira na década de oitenta. Esta semana comentarei sobre 3 filmes de Norris e para iniciar esta maratona, vamos começar com Olho por Olho (An Eye for an eye, 1981) também conhecido como Ajuste de Contas, título com o qual fora exibido nos cinemas na época de lançamento. Quem passou a infância ou a adolescência nos anos 80, certamente lembra-se desse filme, pois o mesmo foi reprisado exaustivamente na saudosa "sessão das dez" transmitida nas noites de domingo pelo canal SBT.
Nesta película, Norris interpreta Sean Kane, um policial da Divisão de Narcóticos na cidade de São Francisco, que no início da trama perde o parceiro Dave (Terry Kiser), assassinado de forma brutal. Ambos agiram disfarçados durante uma operação sigilosa com o intuito de desmascarar uma quadrilha de traficantes. Durante a ação desastrosa, Kane mata um suspeito e se vê forçado a entregar o distintivo a seu chefe, porém ele prosseguirá investigando por conta própria, principalmente depois que a jornalista Linda Chan (Rosalind Chao), esposa de seu amigo Dave, é assassinada misteriosamente em sua casa. Diante de tais perdas Kane parte numa longa jornada em busca de justiça e vingança.
Olho Por Olho traz Steve Carver na direção, que dois anos mais tarde dirigiu Norris no excelente Mcquade - O Lobo solitário (1983). Carver tinha o "faro" certo para filmes de ação, pois o cineasta não perde tempo com excesso de diálogos e explicações exaustivas. Norris teve que "trabalhar duro" nesta aventura, como se pode notar nas várias cenas de luta que preenchem os 96 minutos da produção. Coreografias muito bem encenadas e sem excesso de cortes como infelizmente ocorre nos dias atuais. E também uma ótima trilha sonora com um ritmo contagiante para embalar os melhores momentos da ação.
Por mais absurdo que seja ver um policial enfrentando diversos bandidos com socos e chutes ao invés de usar uma arma de fogo, na década de oitenta isto é bem aceito, ainda mais que o mito do Karatê está em cena demonstrando suas habilidades marciais e ainda jovem o suficiente para realizar tais feitos. Porém, o filme começa de forma bem séria, com uma boa trama policial e um perfil até realista, mas ao longo da narrativa quando Kane começa a agir em sua busca por vingança, o realismo em questão perde lugar para legitimar as habilidades marciais de Norris. Também é interessante notar que a partir desse filme Norris passou a atuar de maneira mais despojada demonstrando senso de humor, fazendo piadinhas ocasionais, como por exemplo numa cena em que põe um travesseiro atrás da cabeça de um bandido, após nocauteá-lo com vários chutes.
O roteiro escrito por James Bruner tem argumentos muito interessantes que moldam a trama policial, pois faz um cruzamento do tráfico de drogas dos Estados Unidos com as atividades da Tríade, a lendária máfia chinesa que age secretamente em várias partes do mundo - por isso não é à toa a presença de personagens orientais no filme, como por exemplo o gigantesco segurança interpretado pelo saudoso Toru Tanaka, que é o capanga do vilão.
A trama ainda traz Mako, ator bem conhecido na época por participar de produções marcantes tais como Conan, O Bárbaro; Conan, O Destruidor e vários outros. Outras participações especiais são do lendário Cristopher Lee, o eterno Conde Drácula, interpretando o vilão da trama Morgan Canfield, pois Lee é chefão do crime por trás da rede de tráfico de drogas que assola San Francisco - e não deixa de ser hilário dizer que o Drácula quase é estrangulado pelo lendário Norris, um duelo no mínimo célebre, diga-se de passagem. O elenco ainda traz outros nomes conhecidos da época, como o ator Richard Roundtree, que interpretou Shaft nos anos 70, e a atriz Maggie Cooper, conhecida por trabalhos na TV.
A boa mistura de trama policial séria e aventura de artes marciais rendeu um filme rápido com cenas de ação estonteantes embora um tanto exageradas em certos momentos. Porém a fórmula se repetiria ao longo da década de 80 e também nos anos 90, ou seja, nos tempos áureos do "cinema-de-ação-testosterona", que até então reinou absoluto em Hollywood. Todavia, por mais que o gênero de ação tenha evoluído para o realismo que se vê nas produções atuais, os velhos e bons tempos sobrevivem de maneira implacável nas mentes do público nostálgico.
morte brutal de Dave |
Linda Chan |
Por mais absurdo que seja ver um policial enfrentando diversos bandidos com socos e chutes ao invés de usar uma arma de fogo, na década de oitenta isto é bem aceito, ainda mais que o mito do Karatê está em cena demonstrando suas habilidades marciais e ainda jovem o suficiente para realizar tais feitos. Porém, o filme começa de forma bem séria, com uma boa trama policial e um perfil até realista, mas ao longo da narrativa quando Kane começa a agir em sua busca por vingança, o realismo em questão perde lugar para legitimar as habilidades marciais de Norris. Também é interessante notar que a partir desse filme Norris passou a atuar de maneira mais despojada demonstrando senso de humor, fazendo piadinhas ocasionais, como por exemplo numa cena em que põe um travesseiro atrás da cabeça de um bandido, após nocauteá-lo com vários chutes.
O roteiro escrito por James Bruner tem argumentos muito interessantes que moldam a trama policial, pois faz um cruzamento do tráfico de drogas dos Estados Unidos com as atividades da Tríade, a lendária máfia chinesa que age secretamente em várias partes do mundo - por isso não é à toa a presença de personagens orientais no filme, como por exemplo o gigantesco segurança interpretado pelo saudoso Toru Tanaka, que é o capanga do vilão.
Mako em cena com Norris |
A boa mistura de trama policial séria e aventura de artes marciais rendeu um filme rápido com cenas de ação estonteantes embora um tanto exageradas em certos momentos. Porém a fórmula se repetiria ao longo da década de 80 e também nos anos 90, ou seja, nos tempos áureos do "cinema-de-ação-testosterona", que até então reinou absoluto em Hollywood. Todavia, por mais que o gênero de ação tenha evoluído para o realismo que se vê nas produções atuais, os velhos e bons tempos sobrevivem de maneira implacável nas mentes do público nostálgico.
Trailer
Olho por Olho (An Eye for an Eye; EUA, 1981)
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