A TORRE NEGRA
Adaptação da obra de Stephen King resulta em filme pouco inspirador
Após tantas discussões e polêmicas sobre como seria o formato da adaptação de A Torre Negra, se iria para a Tv como minissérie ou para as telas do cinema como uma franquia e após o roteiro ser adquirido pelo estúdio responsável (Columbia Pictures), finalmente a decisão fora tomada e a saga épica originária dos livros de Stephen King ganhou as telas do cinema. Estreado no final de agosto, o filme vem rendendo boa bilheteria ao redor do mundo e teoricamente é um sucesso, mas... isto é bem relativo haja vista as reclamações dos fãs da obra que não estão gostando da aventura cinematográfica tanto quanto a crítica norte-americana que já havia reprovado o longa após exibição prévia antes da estréia oficial.
Com direção do novato Nikolaj Arcel que escreveu o roteiro em parceria com Akiva Goldsman, o filme não apresenta a grandiosidade que se esperava embora tenha Ron Howard como produtor. Arcel foi roteirista do filme sueco Os Homens Que Não Amavam As Mulheres. Especialmente fãs da obra literária de King ficaram bastante desapontados com a aparência comum que o filme apresenta como se fosse uma sessão da tarde - algo bem diferente, por exemplo, de O Senhor dos Anéis cuja composição envolvente e carregada de ostentação conquistou o grande público e não apenas os fãs dos livros de J. R. R. Tolkien.
Contudo a produção tem seus pontos positivos ao escalar atores talentosos e carismáticos como Idris Elba que interpreta o pistoleiro Roland Deschain e Mathew McConaughey que encarna o vilão Walter Padick, mais conhecido como o homem de preto. Mas quem realmente rouba a cena é Tom Taylor, que interpreta o garoto Jake Chambers, o protagonista desta fantasia épica. Apesar de a princípio ser um garoto normal, Jake sente-se um tanto perturbado por visões que ele não sabe explicar, sonhos lúcidos ou alucinações sobre um mundo paralelo interligado ao nosso, mas que só ele vê, incluindo aí o pistoleiro e o homem de preto, os antagonistas da grande batalha desse outro mundo.
O melhor trunfo é o fato de a narrativa ser embasada no ponto de vista do garoto Jake, o que obviamente pode agradar e muito o público juvenil embora a estória na tela seja contada tão rápido quanto os disparos da arma do pistoleiro. Entretanto, é nítida e muitíssimo estranha a sensação de que o filme não parece ser adaptação de alguma obra de Stephen King, já que o renomado escritor é bem mais conhecido por estórias de horror e suspense das quais resultaram em grandes filmes em décadas anteriores.
Contudo, King não escreve apenas literatura de horror e suspense já que alguns dos melhores dramas que o cinema produziu são adaptados de obras dele tais como os excelentes À Espera de Um Milagre e Um Sonho de Liberdade. Vale lembrar também que elem começou a escrever a saga de A Torre Negra há cerca de trinta anos e a concluiu somente após os anos 2000, ou seja, é compreensível que a narrativa de Dark Tower fuja um pouco ao estilo de horror que consagrou o escritor, pois trata-se essencialmente de fantasia, embora sombria.
Trazendo um empolgante confronto decisivo entre Roland e Walter, o filme não parece deixar ganchos para uma sequência embora os produtores tenham anunciado que haverá uma trilogia. O confronto final do filme não chega a ocorrer nos livros e é bastante comum que filmes sigam rumos diferentes da obra escrita. Ainda assim, o futuro de A Torre Negra no cinema ainda é incerto, pois não se sabe se as sequências realmente ocorrerão já que apesar do aparente sucesso comercial a composição do filme vem causando repercussão negativa em boa parte do público. Tomara que a obra de King esteja mesmo num rumo certo e cause boas surpresas caso as sequências aconteçam... e que a Torre mantenha-se em pé nas telas do cinema. (R.A.)
A Torre Negra (The Dark Tower, 2017)
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Akiva Goldsman, Nikolaj Arcel
Elenco: Tom Taylor, Idris Elba, Matthew McConaughey, Dennis Haysbert, Ben Gavin, Claudia Kim, Jack Early Haley.
Com direção do novato Nikolaj Arcel que escreveu o roteiro em parceria com Akiva Goldsman, o filme não apresenta a grandiosidade que se esperava embora tenha Ron Howard como produtor. Arcel foi roteirista do filme sueco Os Homens Que Não Amavam As Mulheres. Especialmente fãs da obra literária de King ficaram bastante desapontados com a aparência comum que o filme apresenta como se fosse uma sessão da tarde - algo bem diferente, por exemplo, de O Senhor dos Anéis cuja composição envolvente e carregada de ostentação conquistou o grande público e não apenas os fãs dos livros de J. R. R. Tolkien.
Contudo a produção tem seus pontos positivos ao escalar atores talentosos e carismáticos como Idris Elba que interpreta o pistoleiro Roland Deschain e Mathew McConaughey que encarna o vilão Walter Padick, mais conhecido como o homem de preto. Mas quem realmente rouba a cena é Tom Taylor, que interpreta o garoto Jake Chambers, o protagonista desta fantasia épica. Apesar de a princípio ser um garoto normal, Jake sente-se um tanto perturbado por visões que ele não sabe explicar, sonhos lúcidos ou alucinações sobre um mundo paralelo interligado ao nosso, mas que só ele vê, incluindo aí o pistoleiro e o homem de preto, os antagonistas da grande batalha desse outro mundo.
O melhor trunfo é o fato de a narrativa ser embasada no ponto de vista do garoto Jake, o que obviamente pode agradar e muito o público juvenil embora a estória na tela seja contada tão rápido quanto os disparos da arma do pistoleiro. Entretanto, é nítida e muitíssimo estranha a sensação de que o filme não parece ser adaptação de alguma obra de Stephen King, já que o renomado escritor é bem mais conhecido por estórias de horror e suspense das quais resultaram em grandes filmes em décadas anteriores.
O vilão Walter Padick não utiliza armas de fogo, mas possui poderes de magia |
TRAILER
A Torre Negra (The Dark Tower, 2017)
Direção: Nikolaj Arcel
Roteiro: Akiva Goldsman, Nikolaj Arcel
Elenco: Tom Taylor, Idris Elba, Matthew McConaughey, Dennis Haysbert, Ben Gavin, Claudia Kim, Jack Early Haley.
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