sexta-feira, 30 de agosto de 2013

épico nostálgico

CONAN - O BÁRBARO

Há três décadas surgia um guerreiro cimério nos cinemas


  Em meados de 1982, exatos 31 anos atrás, estreava nos cinemas estadunidenses o filme que lançou ao estrelato o fisiculturista Arnold Schwarzenegger que, anos antes, já estreara nos cinemas em filmes poucos expressivos e que só serviram para torná-lo mais popular. Conan - O Bárbaro (Conan, The Barbarian) produzido por Dino di Laurentis (1919-2010) trazia no comando o diretor John Milius, que escreveu o roteiro em parceria com Oliver Stone. Milius até hoje é pouco conhecido como diretor e talvez menos ainda como roteirista, embora tenha escrito ótimos roteiros, como por exemplo, do clássico de guerra Apocalipse Now (1979), o trhiller Perigo Real e Imediato (1994) e do recente e elogiado seriado, Roma (2005-2007). O diretor e roteirista encontrou na figura de Schwarzenegger, o ator ideal para encarnar o guerreiro bárbaro, e conta-se que na época, chegou a dizer que se Arnold não existisse, eles teriam que inventá-lo.

John Milius orientando Schwarzenegger


James Earl Jones interpreta
Thulsa Doom - um dos grandes
vilões do cinema oitentista
  A história de Conan situa-se na chamada Era Hiboreana, período desconhecido e mitológico que seria anterior à Idade Média e posterior à Idade da Pedra - ou pode até mesmo ser interpretado como um período mitológico da Idade Média, porém, anterior à era Cristã. Nesse mundo repleto de reis, guerreiros, bruxos, criaturas bizarras e belas mulheres, inicia-se a jornada de Conan, que na infância viu sua aldeia, localizada na Ciméria, ser atacada e destruída e seus pais serem brutalmente mortos. Capturado, o pequeno Conan passou a trabalhar como escravo até a fase adulta, tornou-se um campeão de lutas brutais de arena, foi treinado nas artes da espada tornando-se um guerreiro imbatível e por fim conquistou a liberdade, partindo para uma jornada pessoal em busca de vingança contra Thulsa Doom, um rei e poderoso feiticeiro que no passado matou a família do jovem Conan e saqueou sua aldeia.

o pequeno Conan e seu pai

Ilustração de A fênix na Espada
  Schwarzenegger no auge de sua forma física e com 35 anos de idade encarna literalmente o guerreiro bárbaro e realmente é difícil imaginar outro ator no papel, pois além do invejável físico, o austríaco ostenta traços rústicos essenciais para compor um personagem que é quase um selvagem, e dificilmente Conan tornaria-se tão icônico na pele de outro ator. Criado pelo escritor Robert Erwin Howard (1906-1936), o guerreiro bárbaro só veio a estrear nas histórias em quadrinhos por volta da década de 1970, pois Howard o concebeu como personagem literário no conto A Fênix na Espada, publicado em 1932 na revista Weird Tales.


Thulsa Doom transformado em cobra
Conan e seus parceiros: Valéria e Sabotai













  A trilha sonora é simplesmente primorosa e comparável à de grandes filmes épicos da história do cinema. A composição do músico greco-americano Basil Poledouris (1945-2006) é seguramente uma das melhores do cinema oitentista e toda a sinfonia incrementada dos mais belos arranjos casa perfeitamente com todas as cenas, conferindo à película toda a grandiosidade de uma obra épica. Conta-se que Poledouris teve o apoio de uma orquestra composta por 90 músicos e cerca de 24 vozes. Algo realmente maravilhoso de se ouvir.


   Com uma produção orçada em U$20 milhões, custo alto para os padrões da época, o filme faturou alto nas bilheterias tendo feito cerca de US$ 38 milhões só nos Estados Unidos segundo dados do IMDB; alcançou sucesso mundial, e Conan tornou-se um dos personagens mais icônicos do cinema da década de 80, tanto quanto Rambo ou Indiana Jones. Entretanto, o filme não contém todos os elementos que consagraram as histórias em quadrinhos, de modo que quase não se vê criaturas bizarras e demoníacas ou monstros gigantescos, pois isso tornaria o projeto bem mais caro e até inviável para um orçamento que já se encontrava inflado para tal tipo de produção.


  Com locações na Espanha e Canadá, o longa tem belas paisagens para compor a fotografia e um impecável figurino que não deixa nada a desejar, nem mesmo às atuais produções de Hollywood. Com todos estes atributos, Conan - O Bárbaro tornou-se atemporal, pois sua composição visual fica ainda melhor nos formatos digitais da atualidade, principalmente por ter poucos efeitos visuais, o que o torna um jovem clássico. Obrigatório para os fãs de todas as gerações.

TRAILER 




Conan - O Bárbaro (Conan, The Barbarian, 1982)

Estúdio: Universal Stúdios

Roteiro: John Millius e Oliver Stone

Direção: John Millius

Elenco: Arnold Schwarzenegger, James Earl Jones, Sandahl Bergman, Mako, Max von Sydow, Gerry Lopez


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

robôs versus aliens

CÍRCULO DE FOGO

Aventura com batalhas colossais faz bela homenagem à seriados de TV japoneses 



  O novo filme do diretor mexicano Guillermo del Toro prossegue em sua terceira semana de exibição tendo grande destaque entre as maiores bilheterias do momento. O longa orçado em US$ 200 milhões é o filme mais caro que del Toro já dirigiu, tanto pela demanda de efeitos visuais e mecânicos quanto pela conversão em 3D exigida pelo estúdio que o produziu. Tanto quanto em seus filmes anteriores, aqui o cineasta mais uma vez expõe toda sua paixão por monstros e criaturas bizarras, e também o seu fascínio por histórias de fantasia - aqui em especial, o alvo de sua paixão são os antigos seriados de TV japoneses de sci-fi e fantasia chamados de tokusatsu, dos quais muitos são conhecidos do grande público: Ultraman, Spectreman, Jaspion, ChangemanJiban e vários outros. Também há óbvias homenagens à Godzilla (1954), clássico do cinema japonês dirigido por Ishiro Honda.

  A trama ambientada num futuro um pouco distante traz gigantescos monstros alienígenas chamados de Kaijú (palavra japonesa para monstro) vindos de outra dimensão. Entretanto, o portal de passagem de tal dimensão não se encontra no espaço sideral como é de se supor, mas no fundo mar, mais precisamente em um ponto do Oceano Pacífico, onde há uma fenda que constitui a abertura do portal que dá acesso à passagem dos monstros que emergem para a superfície e atacam as grandes cidades provocando destruição e mortes, de modo que a população mundial entende isso como um apocalipse.

Guillermo del Toro
   Para combater essas criaturas e tentar conter o caos, o governo norte-americano e as demais nações desenvolvem seus próprios "monstros", que nada mais são do que robôs de dimensões colossais equipados com armamentos para enfrentar as bestiais criaturas. Ainda que o filme não mostre cadáveres humanos em meio à tanta destruição - o que poderia conferir mais realismo ao caos ali mostrado - Círculo de Fogo não perde sua força de convencimento, pois o pânico da população somado ao rastro de destruição não deixa dúvidas quanto à proposta do roteiro.



  Os gigantes metálicos chamados de Jaeger - palavra alemã que significa caçador - são tripulados por duplas de soldados altamente treinados física e mentalmente e pilotam as poderosas máquinas acoplados em um aparato mecânico utilizando trajes especiais que interligados ao computador de bordo produzem uma neuro-conexão entre os pilotos, de modo que ambos visualizam imagens mentais e lembranças um do outro, pois o autocontrole de ambos os pilotos é fundamental para o bom desempenho da máquina durante as batalhas.




  A concepção visual é simplesmente espetacular, pois traz robôs e monstros em uma escala descomunal que preenche a tela de forma muito satisfatória e não economiza nem um pouco bits e bytes, mérito da Industrial Light & Magic que comprova ser ainda uma das melhores empresas no ramo de efeitos visuais, por sinal pioneira em Hollywood em efeitos de computação gráfica.


  O roteiro escrito pelo próprio del Toro em parceria com Travis Beacham é cuidadosamente elaborado e bem estruturado, pois não se trata de uma história de monstros e robôs, mas sim sobre pessoas, os personagens humanos e suas motivações que dão vida à trama, encabeçados por um ótimo elenco trazendo o desconhecido ator Charlie Hunnam como o protagonista Haleigh, a atriz japonesa Rinko Kikuchi no papel de Mako Mori, que é uma aspirante à tripulante das máquinas; Ron Pearlman (Hellboy) numa participação genial como Hannibal Chau, um comerciante ilegal de órgãos de monstros, e o talentoso Idris Elba, que vem ganhando grande destaque atualmente e é apontando como  um astro em ascenção e aqui interpreta major Stacker, comandante das tropas de Jaegers.













 Mais do que um mero filme catástrofe, Pacific Rim expõe todo o talento e esmero de Guillermo del Toro para contar histórias fantásticas com muita imaginação e criatividade, tanto quanto o mestre Ray Harryhausen, maior técnico de efeitos visuais da história do cinema, falecido em maio deste ano e que del Toro homenageia na cena pós-créditos após o final do longa. No atual momento em que a indústria do cinema recorre cada vez mais à tramas de fantasia para garantir sua sobrevivência, del Toro certamente é um dos pilares do atual cinema hollywoodiano.

TRAILER




Pacific Rim - EUA, 2013

Gênero: aventura - ficção cierntífica

Direção: Guillermo del Toro

Roteiro: Guillermo del Toro, Travis Beacham

Elenco: Charlie Hunnam, Rinku Kikuchi, Idris Elba, Ron Pearlman, Charlie Day, Max Martini, Burn Gorman, Rob Kasinsky, Clifton Collins Jr.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

sci-fi

OBLIVION

Filme futurista traz Tom Cruise à uma Terra devastada


  Acaba de chegar em DVD e Blu-Ray a aventura apocalíptica intitulada Oblivion (2013), dirigida por Joseph Kosinski e roteirizada pelo próprio ao lado de Karl Gajdusek e estrelada por Tom Cruise que na época do lançamento nos cinemas, veio ao Brasil divulgar a esperada produção que estreou em abril nos cinemas. A trama futurista se passa 60 anos após uma guerra entre humanos e alienígenas, à qual devastou o planeta de tal modo que extinguiu civilizações e quase toda a humanidade. 
  Cruise é Jack Harper, personagem central que tem a missão de coletar os recursos naturais que ainda restam no planeta que serão levados para uma lua de Saturno, que será o lar definitivo dos poucos humanos que sobreviveram. À bordo de uma pequena nave de formas arredondadas e concebida com alta tecnologia, Harper passa seus dias de forma rotineira sobrevoando o devastado planeta sendo orientado por sua ajudante Victoria (Andrea Riseborough), que mantém contato com ele pelo computador da base onde ambos moram, situada em algum ponto da estratosfera.


  Victoria mantém contato direto com Sally, sua chefe e superior que fica situada na base central de comando chamada Tet, situada em algum ponto do espaço. É dessa base espacial que são enviados os drones, naves autômatas de forma esférica que acompanham Jack em seu trabalho de rastreamento e também o protegem, pois possuem armamentos em seu interior.
Nave de Jack

Drones








Victoria

  Jack e Victoria tem um relacionamento estável, além de serem profissionais eficientes no que fazem e ambos não tem nenhuma lembrança de seus respectivos passados, pois o "esquecimento" parece ser uma regra imposta a eles, o que corresponde ao titulo do filme em inglês, Oblivion. Entretanto tudo pode mudar quando Jack encontra uma nave destruída e salva uma mulher (Olga Kurylenko) da morte certa e cujo rosto lhe é familiar, pois ele a viu em um sonho. Mais reviravoltas acontecem quando Jack descobre um grupo de humanos refugiados em um lugar que ele julgava deserto e vazio, o que o levará a descobrir que nada é o que parece.


  O roteiro de Oblivion tem qualidades que o aproximam muito da mais pura ficção científica ao mostrar tecnologias avançadas que podemos imaginar como possíveis em um futuro próximo. A aventura que se desenrola do segundo ato em diante traz boas cenas de ação e perseguições, embora não sejam o grande atrativo de um filme que tem seu foco maior nos elementos científicos que o compõem. Há consideráveis problemas como a participação desperdiçada de Morgan Freeman, que apesar de representar um importante líder, têm sua presença limitada à pouquíssimas falas e nenhum carisma.


  O longa beneficia-se da bela fotografia de Cláudio Miranda (As Aventuras de Pi), que traz tons de cores frios e leves que ressaltam a desolação do planeta e ainda apresenta como contraponto um local isolado e repleto de cores, composto de vegetação e uma velha cabana de madeira situada próxima às margens de um lago - um lugar onde Jack costuma refugiar-se ocasionalmente para lembrar como era belo o planeta antes de ser devastado pela guerra apocalíptica.
  Oblivion é originário de uma desconhecida história em quadrinhos escrita pelo próprio Joseph Kosinski, que traz referências à 2001 - Uma Odisséia no Espaço, o que por si só já seria motivo suficiente para atrair grande parte do público amante de ficção científica. Todavia, aventura e Sci-Fi é uma combinação recorrente e sempre bem vinda aos olhos do público, pois o mesmo demonstra que a ação e a ciência não são incompatíveis.

TRAILER




Oblivion - EUA, 2013

Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Joseph Kosinski, Karl Gajdusek e Michael Arndt

Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Olga Kurylenko, Andrea Riseborough


sábado, 10 de agosto de 2013

notas

Lançamentos recentes em DVD e Blu-Ray

DJANGO LIVRE

Western dirigido por Quentin Tarantino que traz Jamie Foxx na pele de um escravo chamado Django, que logo no início da trama é libertado pelo caçador de recompensas King Schultz (Cristoph Waltz). Django torna-se parceiro de Schultz e o ajuda na caça à criminosos e Django conta com a ajuda de seu novo amigo para encontrar e libertar sua esposa BroomHilda, interpretada por Kerry Washington. O filme foi premiado com o oscar de ator coadjuvante para Cristoph Waltz. 



A FUGA

Os irmãos Addison (Eric Bana) e Liza (Olivia Wilde) fogem após terem roubado um cassino.Após um acidente de carro que vitimou um parceiro da dupla e um policial, eles se separam e fogem pela fronteira com o Canadá, onde enfrentam uma terrível nevasca. Liza fica conhecendo o ex-boxeador Jay (Charlie Hunnam), que saiu recentemente da prisão e está indo visitar os pais, June (Sissy Spacek) e o xerife aposentado Chet (Kris Kristoferson) para o jantar de Ação de Graças. A atração entre Liza e Jay poderá provocar uma grande reviravolta entre ela e seu irmão Addison, o que irá abalar os laços familiares de ambos os lados. O filme é dirigido por Stefan Ruzowitz. 



Oblivion

Em um futuro distante, Jack Harper (Tom Cruise) é um dos últimos coletores que tem a missão de extrair recursos naturais do planeta para transportá-los à uma das luas de Saturno. Após resgatar uma astronauta humana (Olga Kurilenko) em uma Terra aparentemente desabitada, Harper começa a questionar o que mais há por trás de sua missão. Ficção científica dirigida por Joseph Kosinski. 





Jack - O caçador de gigantes

Jack (Nicholas Hoult), um jovem fazendeiro abre acidentalmente um portal entre o seu mundo e o reino dos gigantes e então uma guerra ancestral se reinicia. Cabe à Jack a missão de ajudar a guarda do rei a combater os seres gigantes e resgatar uma princesa raptada (Eleanor Tomlinson). A aventura é uma releitura de João e o Pé de feijão e é dirigida por Brian Singer.





João e Maria - Caçadores de bruxas

Os jovens irmãos João e Maria foram abandonados pelos pais em uma floresta sombria e abrigaram-se na casa de uma bruxa malvada e conseguiram eliminá-la após entrarem em confronto com a mesma. anos depois, os irmãos adultos (Jeremy Renner e Gemma Aterton) tornam-se caçadores de bruxas e são contratados por autoridades locais para investigar o desaparecimento de crianças de um vilarejo. O filme é uma releitura do clássico conto infantil João e Maria e é dirigido por TommyWirkola.