sexta-feira, 27 de setembro de 2013

cult veloz

AS 24 HORAS DE LE MANS
Há quatro décadas Steve McQueen atingia os limites da aceleração em filme clássico sobre automobilismo



 Pilotar é importante para quem o faz bem. Pilotar é... viver”, diz Michael Delaney, personagem de Steve McQueen (1930-1980) num momento em que é questionado a respeito de seu oficio profissional – questionamento feito por Lisa Belguetti (Elga Andersen, 1935-1994), esposa de um amigo dele, morto em um acidente de corrida. A competição intitulada 24 horas de Le Mans, que ocorre anualmente na França e dá título ao filme produzido em 1971 é a segunda maior corrida do mundo, perdendo apenas para as 500 milhas de Indianápolis. McQueen, mito e saudoso astro de ação da época de ouro de cinema, era um habilidoso piloto e fazia questão de fazer as cenas de perseguição de carros em seus filmes, o que o favoreceu bastante para viver o protagonista de Le Mans.


 










 O desconhecido diretor Lee H. Katzin foi uma escolha mais do que certa por indicação do próprio McQueen e o talento do cineasta é perceptível ao empregar longas tomadas para mostrar detalhadamente estradas, percursos, um autódromo lotado e o desempenho dos carros possantes em alta velocidade, tudo retratado com uma precisão cirúrgica, fazendo com que nos sintamos dentro da corrida. As cenas que mostram ocasionais acidentes, Katzin filmou de modo quase ritualístico empregando câmera lenta e tomadas de vários ângulos para mostrar os estragos provocados no veículo. E o silêncio devidamente valorizado pelo diretor, ganha especial significado. 





protótipo Porsche 917
  O silêncio em questão não é apenas na cenas de ação mostradas àcima, pois nos 37 minutos iniciais não há um único diálogo compreensível na película - afinal, cineastas do passado realmente sabiam valorizar o silêncio e utilizá-lo de forma expressiva demonstrando que de fato as imagens falam por si tanto quanto o estrondoso ronco dos motores. Com orçamento estimado em US$ 7. 573.797 o filme teve locações na França, na cidade de Le Mans onde ocorre o torneio anualmente, cujos cenários dão à produção um aspecto ultra-realista e quase documental. Conta-se que cerca de 45 pilotos participaram do filme a bordo dos mais possantes carros da época e McQueen pilotou um protótipo de Porsche 917. 





 




 

 O realismo do filme parece ter chegado a níveis extremos, pois um dublê chamado David Piper sofreu um grave acidente em uma das cenas perigosas do longa e infelizmente teve uma perna amputada e até ganhou um agradecimento especial nos créditos finais. 
  O filme apesar de visualmente impecável apresenta poucos elementos dramáticos que apenas servem como pano de fundo para a trama escrita por Harry Kleiner, tendo seu maior foco nas corridas que preenchem a tela de modo proposital, a fim de recriar com perfeição uma das maiores competições do mundo, composta das mais poderosas máquinas sobre rodas que podem satisfazer plenamente os mais ardorosos fãs de automobilismo. Entretanto, os sentimentos dos pilotos estão impressos em seus olhares, expressões e posturas; e já que "pilotar é viver" como disse Delaney, o filme não deixa dúvidas quanto à isso. Um verdadeiro épico da velocidade. 



TRAILER







Le mans (1971)

Direção:Lee H. Katzin

Roteiro:Harry Kleiner

Elenco: Steve McQueen, Elga Andersen, Siegfried Rauch, Ronald Leigh-Hunt
  

  
  

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