terça-feira, 23 de junho de 2015

homenagem

CHRISTOPHER LEE

O vilão dos vilões

O homem partiu, mas o mito deixou um inigualável legado para a sétima arte


  Christopher Frank Carandini Lee é o nome completo do homem que ainda em vida tornou-se uma lenda do cinema em todos os tempos, e que o mundo conhece melhor como Christopher Lee, um  ator britânico de grande talento, que ao longo de sua vastíssima carreira construiu uma invejável galeria de personagens, em sua maioria vilões, detalhe que definiu a carreira do astro e o tornou por excelência o grande intérprete de personagens anti-heróicos. 
  Nascido em 27 de maio de 1922, Christopher Lee assim como vários atores britânicos, iniciou sua carreira no teatro, e por sinal seus primeiros papéis foram de malfeitores, sendo que o primeiro foi Rumpelstiltskin, originário de um conto dos irmãos Grimm, e a formação literária do ator o auxiliou muito em toda a sua carreira artística.
  Entretanto, no final dos anos 30, o ator interrompeu sua carreira para dedicar-se à outras atividades, que naquele momento eram de maior importância que seu talento artístico. Lee se voluntariou para lutar ao lado dos finlandeses contra os soviéticos durante a Guerra de Inverno, no ano de 1939. E durante a Segunda Guerra Mundial serviu como oficial da inteligência britância na Força Aérea Real.

  Após os tensos períodos de guerra, Lee retomou sua carreira de ator não chegando a ter grande destaque embora tenha atuado em cerca de 30 produções. Porém, o seu futuro como ator de cinema e astro mundial de filmes de horror começara a se definir quando em meados da década de 1950, assinou contrato com a então estreante Hammer Films, companhia britânica que surgia com o intuito de produzir apenas filmes de horror, como entretenimento. O primeiro filme em que Lee atuou por meio do estúdio foi A Maldição de Frankenstein (The curse of Frankenstein, 1957), sob a direção de Terence Fisher, a produção inaugurou a Hammer e foi um grande sucesso de público e crítica, trazendo Peter Cushing como o protagonista Dr. Victor Frankenstein e Christopher Lee no papel da assombrosa criatura baseada no  famoso livro de Mary Sheley.

Lee na pele da criatura de Frankenstein
 Mas apesar do enorme sucesso que Lee alcançara ao interpretar a lendária criatura feita de restos humanos, o personagem que marcou para sempre a carreira do ator britânico veio em 1958 na película O vampiro da noite (Horror of Drácula), dirigido novamente por Terence Fisher,  um sucesso estrondoso que tornou Lee um grande astro de horror e por mais que o ator se empenhasse em fazer vários outros papéis interessantes, por insistência dos estúdios e também dos fãs ele voltou a interpretar Drácula por mais 7 vezes nos filmes Drácula, o príncipe das trevas (1966), Drácula - perfil do diabo (1968), O conde Drácula (1970),  O sangue de Drácula (1970), Drácula A.D. 1972 (1972), Os ritos satânicos de Drácula (1974) - por sinal, em pouco tempo Christopher Lee logo passou a ser considerado o melhor interprete do conde vampiro, honra que antes pertencera ao ator húngaro Bela Lugosi.

Lee na pele do vampiro

  Entre vários personagens que o lendário ator britânico interpretou, destaca-se também A múmia (1958) e como se pode claramente notar as produções da Hammer eram releituras ou refilmagens de de grandes sucessos feitos pela Universal Studios tais como Drácula (1931), interpretado por Bela Lugosi, Frankenstein (1931) e A múmia (1932), ambos estrelados por Boris Karloff. Entretanto os clássicos dos estúdios da Universal pertenciam à época da fotografia em preto e branco, enquanto que a Hammer Studios oportunamente filmou suas películas em technicolor, aproveitando-se da nova tecnologia em filmagem para dar cores às suas obras de horror, o que obviamente tornou os monstros bem mais assustadores a partir de então.

Irreconhecível em A múmia
O ator considerava o vilão de O homem de palha (1973), o
melhor papel de sua carreira

Novos Tempos


Conde Dookan
 O ator também agraciou os estúdios de Hollywood com ótimas atuações em vários filmes normalmente como vilão,  embora algumas vezes tenha feito personagens de boa índole até mesmo na Hammer em filmes como O cão dos Baskervilles (1959) e A górgona (1964). Nos Estados Unidos, além de participações em produções menores e menos conhecidas, Lee teve destaque em grandes produções como a trilogia O senhor dos anéis e a recente trilogia O hobbit, ambas comandadas pelo cineasta Peter Jackson, que revelou-se um grande fã do lendário ator, tanto quanto Tim Burton, grande admirador e amigo de Lee também contando com a presença do lendário ator em vários filmes de sucesso como A lenda do cavaleiro sem cabeça (1999), A fantástica fábrica de chocolate (2005) e Sombras da noite (2012). Claro que não se pode esquecer de sua participação em Star Wars episódios II e III (2002 e 2005), por sinal inesquecível no papel de conde Dookan.

Lee na pele do terrível mago Sarumam; o ator chegou a 
conhecer o saudoso escritor J.R.R. Tolkien, autor dos livros O Senhor dos anéis
 Por incrível que pareça, Lee também foi um notável cantor emprestando sua voz imponente até mesmo para álbuns de heavy metal da banda Manowar e da banda italiana Rhapsody of fire. Apesar de nunca ter um ganho nenhuma indicação ao oscar, Lee teve grande reconhecimento em sua longevidade chegando a receber em seu país, Inglaterra em 2009 o título de Cavaleiro Real, honra concedida pela rainha. Casado com a ex-modelo dinamarquesa Gitte Lee com quem teve uma filha chamada Christina Erika Lee, o artista falecido recentemente em 7 de junho de 2015, viveu intensamente sua vocação artística de modo que atuou em mais de 300 filmes e é difícil descrever toda a sua obra em um simples post como este, pois o legado desse incrível homem é maior do que sua própria vida e nem é necessário dizer que foi um dos maiores atores da história do cinema em todos os tempos. Um mito que brilhará eternamente. (R.A.)






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