terça-feira, 31 de março de 2015

tarantinando

Quentin Tarantino sopra velas este mês




 Antes que março termine, vamos lembrar que Tarantino, um dos mestres do cinema moderno é aniversariante no dia 27 do mês. Nascido em Tennessee (EUA), o diretor completa 52 anos de idade tendo cerca de 22 anos de carreira atrás das câmeras. Seus filmes repletos de referências à cultura pop parecem ser feitos propositalmente destinados à tornarem-se cult, além de normalmente serem grandes sucessos de bilheteria. Com muita violência e boas doses de humor, Tarantino sabe como conquistar o público, além de atrair grandes atores para sua estórias que sempre trazem a vingança como tema mais marcante. Vejamos alguns na relação àbaixo.


Cães de Aluguel
Oficialmente o primeiro filme escrito e dirigido por Tarantino, Resrvoir Dogs (1992) foi uma grata surpresa para o início de carreira de um jovem cineasta cujo emprego anterior era de atendente de video-locadora. Cães de aluguel  traz a estória de um grupo de 6 criminosos que não se reúnem sob o comando de Joe Cabot (Lawrence Tierney) para um grande roubo de diamentes, e embora nenhum deles se conheça, aceitam fazer o serviço que não dará certo, pois no local do assalto já haviam vários policiais aguardando a chegada do bando, resultando numa série de reviravoltas ao longo trama. Este filme teve uma modesta bilheteria nos EUA, mas uma ótima recepção na Grã-Bretanha onde chegou a ser incluído no festival de Sundance, e a revista Empire o considerou o melhor filme independente já feito. Nada mal para o diretor que teve uma ajuda financeira do ator Harvey Keitel que também atuou no filme.


Kill Bill

Dando um salto no tempo para um pouco mais de dez anos de carreira, vamos relembrar Kill Bill, a grande homenagem de Tarantino ao universo das artes marciais. Aqui o mestre da cultura pop demonstra sua profunda paixão pela cinema asiático com inúmeras referências ao gênero de artes marciais, desde o uniforme amarelo que homenageia Bruce Lee sendo utilizado pela heroína interpretada por Uma Thurman, até a presença de ícones como David Carradine no papel do vilão Bill e uma participação do lendário astro japonês Sonny Chiba como um mestre forjador de espadas samurai. Enfim, uma divertida estória de vingança regada a muito sangue e doses de humor negro.



Bastardos Inglórios


 Provavelmente Bastardos Inglórios é o melhor filme de Tarantino, pelo menos até o momento. A genialidade do roteiro, além do espetacular elenco de Inglorius Bastards (2009) é a prova disso e dispensa comentários. Ambientado na época da Segunda Guerra o filme traz uma estória fictícia sobre um pelotão de soldados de origem judaica que se unem sob o comando do tenente Aldo Raine (Brad Pitt) para caçar e matar oficiais nazistas. O austríaco Christoph Waltz que compõe um dos melhores vilões dos últimos tempos torna-se o grande destaque do longa. Melanie Laurent e Daniel Bruhl completam o excelente elenco. 


Django Livre


 Pode ser desnecessário dizer que este é um dos melhores filmes de Taranta, mas de fato é sem dúvida possivelmente seu melhor filme depois de Bastardos Inglórios, pois aqui ele demonstra sua paixão por westerns. Com elenco nada menos que perfeito formado por Jamie Foxx, novamente Cristoph Waltz, Samuel L. Jackson, Leonardo Di Caprio e Kerry Washington, Django Unchained (2013) mergulha fundo e sem medo na questão da escravidão que predominou no sul Estados Unidos do século XIX e narra história fictícia de Django, um escravo que após ser comprado e libertado pelo caçador de recompensas King Shultz, une-se a ele num acordo para conseguir resgatar sua esposa e também escrava Brumhilde. E o resultado são reviravoltas vingativas, violência brutal e altas doses de humor muito acima da média e uma trilha sonora altamente nostálgica.

domingo, 22 de março de 2015

dicas

LANÇAMENTOS EM BLU-RAY E DVD



Já se encontra em pré venda em lojas físicas e em sites Êxodo - deuses e reis, grande sucesso dirigido por Ridley Scott e estrelado por Cristian Bale no papel de Moisés. Nascido hebreu, mas criado no Egito após ter sido resgatado pela irmã do faraó que encontrou o bebê dentro de um cesto jogado nas águas do Nilo, Moisés é criado como um príncipe, mas na fase adulto recebe de Deus a missão de libertar o povo hebreu da opressão do faraó, e de conduzí-los de volta à terra prometida. Mas em tal jornada terão que enfrentar a fúria do faraó e os perigos da travessia do deserto.  






Kevin Costner está de volta em um trhiller de espionagem intitulado 3 dias para matar. Na trama, ele é um velho agente secreto que já se encontra no fim da vida, mas quer muito realizar o desejo de rever sua filha, com quem perdeu contato há muito tempo. Temendo pela falta de tempo devido às suas condições de saúde, ele descobre a existência de uma poderosa droga que poderá salvar sua vida, mas para obtê-la, ele terá de aceitar fazer um último trabalho sujo antes de encerrar sua carreira. 





Desde o dia 13 de março está disponível nas lojas este box exclusivo contendo três filmes de Clint Eastwood em dvd. O box contém 3 westerns: Emboscada em Cimarron Pass (1958); Os abutres tem fome (1970) e bastante conhecido Por uns dólares a mais (1965). Ótima oportunidade para os fãs do ator reverem os ótimos westerns em que ele atuou e também para os novos fãs descobrirem obras do gênero que tornou Eastwood um dos grandes mitos do cinema. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

matança

JOHN WICK

Estória rasa sobre matador traz Keanu Reeves 

"De volta ao jogo"


  Keanu Reeves não parece ser mais o mesmo ator que construiu uma boa carreira ao longo dos anos 90 participando de várias produções interessantes como protagonista ou coadjuvante, ou pelo menos, sua carreira atual é que já não é mais a mesma pelo que se pode notar em suas escolhas, pois esta produção intitulada De Volta ao jogo (2014) em nada lembra a carreira de um ator bem sucedido que a despeito de críticas negativas sobre suas atuações foi sem dúvida um dos maiores astros de Hollywood tempos atrás.
  Exibido em novembro nos cinemas e agora disponível nos formatos digitais, De volta ao jogo traz Reeves como John Wick, personagem cujo nome é o título original em inglês, e que na trama é um respeitado e temido matador da cidade de Nova Iorque. Wick, cansado do trabalho sujo que faz durante muitos anos, resolve se aposentar para tentar ter uma vida normal ao lado da esposa e ter um lar de verdade. Mas parece que o matador de alguma forma tem de pagar pelos seus pecados, ou pelo menos é o que dá a entender, já que sua esposa adoece de câncer e morre pouco tempo depois de passar um tempo em coma - e Wick não desfruta nada de sua nova vida.
   Logo após a morte de sua esposa, talvez um dia depois, Wick recebe uma inesperada encomenda pelo correio: um belo cachorrinho da raça beagle, que sua esposa já havia encomendado, e como ela não teve a menor chance de ver o animal, John passaria então a cuidar do bichinho, que se tornara sua única companhia desde então.


  A descrição àcima, que mais parece alguma narrativa de filme melodramático sobre amizade com cachorros é parte do argumento que resultará na matança desenfreada que John Wick empreende no restante da narrativa escrita por Derek Kolstad, que não parece ser um roteirista muito inspirado, mesmo que seja para um filme meramente comercial como este. Ao ser abordado num posto de combustíveis por um jovem que lhe pergunta qual o preço do carro (um mustang preto 1969), Wick se recusa a dar alguma oferta. O jovem um tanto irritado o persegue e o visita à noite acompanhado de alguns comparsas para lhe roubar o carro e dar lhe uma surra como represália e ainda matam o cachorrinho de estimação de John - isso torna-se o estopim da guerra que ocorrerá logo em seguida.

o carrão vintage de John Wick
  O rapaz que provoca a ira de Wick é Iosef Tarasov (Alfie Allen), filho de Viggo Tarasov (Michael Nyqvist), mafioso que comanda a máfia russa em Nova Iorque e a partir de então teme pela vida do filho, pois sabe das capacidades letais de John Wick à quem chama de Baba Yaga ou "bicho papão" traduzido do idioma russo - Viggo sabe que Wick matará quantos forem necessário para alcançar Josef e vingar-se plenamente e nem toda a proteção que Josef tiver da máfia será suficiente para protegê-lo de um homem vingativo que não tem mais nada a perder na vida.

Viggo Tarasov
   Como não há mais nada que esperar de tal estória, o que resta é curtir a ação até bem comandada pelo desconhecido diretor Chad Stahelski, e o que se vê no restante da narrativa são inúmeros e intermináveis tiroteios nos quais John Wick demonstra com perfeição suas habilidades de matador nos mais diversos ambientes. Quando ele está se preparando para sair de sua casa em busca de vingança, subitamente é visitado por vários homens encapuzados enviados por Viggo Tarasov e em tal invasão Wick mata nada menos que 13 homens em questão de poucos minutos, e o total de mortes no decorrer do filme corresponde à 75, ou seja, John Wick consegue matar mais inimigos do que Frank Castle, que matou cerca de 50 bandidos no filme Justiceiro em Zona de guerra (2008) segundo os vídeos kill count que os fãs costumam postar no youtube.



Willen Dafoe

  Apesar de compor um personagem extremamente badass, fica difícil entender porque Reeves resolveu enfiar o pé na jaca aceitando um roteiro tão fraco que mais parece ser de um filme de ação qualquer da década de 80 do que do atual cinema e não seria de se espantar se tal estória se passasse realmente naquela época. Entretanto é possível encontrar e apreciar boas idéias no filme como por exemplo um luxuoso hotel que só hospeda matadores e pessoas incomuns, e que tem certas regras que não podem ser quebradas ou ainda a participação de Willen Dafoe e Ian McShane que conseguem pontuar curtos e bons momentos da trama. Enfim, enquanto Keanu Reeves não volta à estrelar grandes filmes como O advogado do diabo, Drácula de Bram Stoker ou Velocidade Máxima, só nos resta esperar que não surja outros filmes como De volta ao jogo, embora já tenha saído rumores de uma sequência. É esperar pra ver!

TRAILER





De volta ao jogo (John Wick, 2014)

Roteiro: Derek Kolstad

Direção: Chad Stahelski

Elenco: Keanu Reeves, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Willen Dafoe, Ian McShane


sábado, 14 de março de 2015

ação surreal

LUCY

Sucesso estrelado por Scarlett Johansson encontra-se disponível nos formatos digitais



  A estrela dos filmes da Marvel / Disney, Scarlet Johansson, parece não ter medo de se arriscar em produções de aparência duvidosa. É o caso desta estrambólica produção franco-americana intitulada Lucy, dirigida e roteirizada pelo francês Luc Besson, que também assina a produção. Besson, como todos sabem é uma espécie de Spielberg francês, que investe pesadamente em produções comerciais que visam grande lucro de bilheteria, especialmente filmes de ação, que os franceses conseguem fazer tão bem quanto os norte-americanos, diga-se de passagem.
  Combinando elementos de ficção científica e ação de video game, Lucy pode ser classificado como um trash de luxo, pois custou modestos US$ 40 milhões, valor que o deixa longe de grandes produções de Hollywood e cujo orçamento nem pagaria o cachê de uma estrela como Scarlett Johansson, que neste caso aceitou ganhar menos para estar neste filme, talvez por razões artísticas. E sua presença deve ter atraído muito o grande público, já que o filme alcançou nada menos que US$ 458 milhões em todo o mundo quando foi exibido nos cinemas em meados de 2014.




  Luc Besson fez um roteiro muito simples e talvez proposital em cuja trama Lucy, a moça cujo nome dá título ao filme aceita forçadamente fazer um pequeno favor a um amigo: entregar uma mala a um homem coreano conhecido como Mr. Jang e que se encontrava hospedado em um hotel 5 estrelas - o problema é que o tal amigo de Lucy algemou a mala em seu pulso para que ela realmente aceitasse fazer o serviço, mesmo sem ela saber o que havia dentro da tal mala. Ao encontrar-se com o tal Mr. Jang, bem interpretado por Choi Min-Sik (Old Boy, 2003), Lucy descobre de forma desastrosa que no interior da maleta há uma droga desconhecida de coloração azul e que mais tarde ela descobrirá que se trata do narcótico mais poderoso da face da Terra.


  A tal droga em um poder devastador capaz de transformar quem a usa em um "deus" ou semi-deus... sim , é isso mesmo o que você acabou de ler caro leitor, deus ou semi-deus, pois o narcótico azul, que por sinal é da cor do céu, ativa todo o potencial adormecido dentro do ser humano e assim o usuário torna-se capaz de utilizar 100 % de sua capacidade cerebral, o que remete à antiga teoria ou mito científico de que os humanos não utilizam nem 10% do cerebro. E assim tal argumento é que dá o tom à aventura supostamente inteligente comandada por Besson, se bem que  ao longo da narrativa fica claro que ele brinca com a citada teoria.


  Claro que o filme pode ser apreciado como uma diversão descompromissada, principalmente pelas absurdas sequencias de ação que mais parecem ter sido concebidas para um fantasioso jogo de video game do que para um filme, isso sem falar nos estrambólicos efeitos visuais que tornam tudo ainda mais confuso e indigesto ou agradável para quem gostar. Afinal, mesmo num filme maluco como esse fica difícil não questionar a tal droga azul: qual laboratório fabrica tal tipo de coisa? E se algo assim tem poder para transformar alguém num semi-deus, não deveria haver várias pessoas com tal tipo de poder espalhadas pelo mundo? Isso não traria um caos à humanidade?


  Mesmo contando com ótimas presenças no elenco, o já citado ator coreano Choi Min-Sik e Morgan Freeman como um famoso cientista que pode ser o único capaz de ajudar Lucy, a trama jamais consegue ir além do que deveria ou poderia, e isso é lamentável em se tratando de uma produção de Luc Besson, o produtor e cineasta francês que já não parece ser o mesmo que dirigiu filmes inesquecíveis como o excelente O Profissional (Leon, 1994) estrelado por Jean Reno ou Joana Dárc (1999) com Mila Jovovich. Só resta esperar que Besson não ouse fazer uma sequencia de Lucy enquanto o cineasta não tiver uma idéia mais interessante.


TRAILER





Lucy (França - EUA, 2014)

Roteiro: Luc Besson

Direção: Luc Besson

Elenco: Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Choi Min-Sik, Amr Waked, Julian Rhind-Tutt, Pilou Asbaek