quinta-feira, 30 de abril de 2015

nova missão

VINGADORES: ERA DE ULTRON

Segunda aventura dos maiores heróis da Marvel prossegue atraindo multidões para as salas de cinema 


  Os maiores super-heróis do vasto universo das HQ´s brilham novamente nas telas do mundo todo agora há exatos dois anos desde o primeiro longa metragem (2012) que maravilhou legiões de fãs dos quadrinhos e obviamente atraiu novos públicos que já devem estar acostumados à atual realidade do cinema blockbuster que são justamente os filmes adaptados de histórias em quadrinhos. Com as bases estabelecidas pelos filmes solo de cada um dos personagens, os Vingadores tem forma e espaço definitivo daqui para frente nas telas do cinema e no imaginário das platéias, tanto que assim como ocorreu com o primeiro longa, este já é a maior bilheteria dos filmes da Marvel estando apenas há uma semana de sua estréia que ocorreu no dia 23 de abril.
  A aventura novamente comandada pelo diretor Joss Whedon que também assina o roteiro, inicia com a equipe invadindo o quartel general da Hidra (a secreta organização de origem nazista mostrada nos filmes do Capitão América), para recuperar o cetro que pertencia à Loki e que está em poder deles e como todos sabem é a mais perigosa arma que pode ameaçar a humanidade.


  E o tal cetro será novamente motivo de dor de cabeça para os heróis, pois o poder do objeto é o que dará vida ao vilão da estória: Ultron, um robô com inteligência artificial muito mais avançada que a de Jarvis, o computador de Tony Stark, de modo que Ultron é fruto de um experimento que Stark realizou  junto com Bruce Banner, utilizando a energia infinita do cetro a fim de criar um tipo de sistema de tecnologia mais avançada.


O confronto entre Hulk e Homem de ferro é um dos grandes
momentos da ação de Vingadores



  O roteiro concebido por Whedon com base nas consagradas HQs´ do grupo de heróis, vale-se de ótimos argumentos de ficção científica que sustentam a trama muito mais do que no filme anterior que teve poucos elementos científicos em comparação à este. A concepção de Ultron nas telas é genial e o robô interpretado pelo ator James Spader é uma máquina assustadora, mas também capaz de gerar empatia para com o público. Spader teve suas expressões e movimentos corporais inseridos digitalmente no personagem como normalmente ocorre neste tipo de produção.

Mercúrio e Feiticeira Escarlate tornam-se novos integrantes
da equipe durante a batalha no final da trama
 Visão, o andróide que nas HQ´s é a mais perfeita inteligência artificial também ganha vida pela ótima interpretação do ator britânico Paul Bettany, e tanto ele quanto Spader e também Mark Rufallo foram auxiliados por Andy Serkis para compor seus personagens, e Serkis também faz uma participação na trama no como o personagem que se tornará o Garra Sônica.

  Visão, embora não tenha muitas cenas é o que mais consegue se destacar no grupo com seus argumentos belamente construídos que expressam sua infinita sabedoria que o torna quase um ser humano, mas também tem ótimo destaque na ação travada entre o grupo e os robôs de Ultron.   Com longas cenas de batalha belamente filmadas e que emulam capas de edições das Hq´s, Vingadores: Era de Ultron é seguramente um dos melhores filmes da Marvel nesses últimos anos, fazendo uma impecável homenagem ao legado dos quadrinhos que encantam gerações ao longo de 50 anos de publicação. Entretanto, isto é apenas uma amostra do que está por vir, pois o retrato épico dos heróis Marvel que em breve ganhará forma na adaptação da saga dos quadrinhos Guerra Civil para as telas do cinema promete ser o maior evento deste gênero nos últimos tempos. Desde já, os fãs agradecem! (R.A.)

TRAILER



Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, 2015)

Roteiro e Direção: Joss Whedon

Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Mark Rufallo, James Spader, Paul Bettany, Jeremy Renner, Samuel L. Jackson


terça-feira, 28 de abril de 2015

ação cega

DEMOLIDOR

Um dos heróis mais sombrios das Hq´s da Marvel conquista o público subitamente num dos melhores seriados da atualidade pela Netflix


  Criado por Stan Lee e Bill Everett em abril de 1964, o herói cego que usa uma fantasia demoníaca e combate o crime organizado na cidade de Nova Iorque é um personagem respeitado pelos leitores dos quadrinhos Marvel embora sua legião de fãs não seja tão extensa quanto os demais super-heróis da famosa editora tais como Homem-Aranha, X-Men ou Capitão América. Demolidor (Daredevil) tornou-se conhecido pelo grande público 12 anos atrás por conta de um péssimo filme cujo desempenho garantiu o sepultamento do herói nas telas do cinema de modo que a Marvel nem arriscou tentar fazer algum rebooth em todo esse tempo. 
  A demora compensou e resultou numa parceria entre Marvel e o canal Netflix que numa proposta inovadora produziram este seriado que pelo visto inaugura um novo ramo de investimento dos estúdios Marvel em adaptar para a TV personagens menos conhecidos e que dificilmente teriam um bom desempenho nas telas do cinema, e o Demolidor é prova concreta disso, além de outros que tiveram baixo desempenho cinematográfico como Justiceiro e Motoqueiro Fantasma.


  Longe de convenções que ditam as produções de Hollywood, esta série traz um certa dose de violência que dificilmente seria aceita para um filme de super-herói, o que na verdade é uma idiotice dos produtores de cinema com a velha mania de querer "maquiar" adaptações de quadrinhos retratando menos violência possível e adicionando elementos fantasiosos demais o que acaba descaracterizando o personagem original. Felizmente o que se vê aqui é algo muito próximo do que está originalmente nos quadrinhos do herói cego cujas estórias (as melhores) que foram escritas e desenhadas pelo genial Frank Miller são a base necessária para compor a saga do seriado.

  Apresentar a origem e detalhes da infância em flash back enquanto a jornada do herói vai se desenvolvendo a cada episódio é uma decisão mais do que certa e bem melhor do que se sua origem fosse contada de uma só vez como normalmente ocorre em várias produções do gênero, pois quando o personagem é apresentado de forma gradativa, o público vai sendo conquistado aos poucos até familiarizar-se cada vez mais com o herói a ponto de importar-se verdadeiramente com ele.


  Além de se ancorar nos elementos que consagraram o herói nas histórias em quadrinhos, o seriado ainda conta com um ótimo elenco a começar por Charlie Cox, o desconhecido ator principal que encarna o herói com talento e habilidades físicas mais do que necessárias para viver o "homem sem medo"; Elden Henson, ator também desconhecido que aqui interpreta Foggy Nelson, o melhor amigo de Murdock  - alguns rostos mais conhecidos do grande público também enriquecem a produção, como a bela morena Rosário Dawson que interpreta Claire, uma prestativa enfermeira que passa a cuidar dos ferimentos de Matt Murdock após conhece-lo e Vincent D'onofrio, ator que já esteve no seriado Law & Order além de várias participações em filmes de sucesso como Homens de preto (MIB, 1997), encarna no seriado ninguém menos que Wilson Fisk, o temido rei do crime, arquiinimigo do Demolidor.


    A primeira temporada é composta de 13 episódios, cada um com duração em média de 50 minutos, todos disponíveis no canal Netflix. Com o ótimo elenco àcima citado, ótimas direção e fotografia a série já conquistou grande parte do público que não tinha afinidade com o personagem, além de agradar muito os leitores das HQ´s do herói cego. Demolidor chegou pra ficar e possivelmente não vai demorar muito para que a Marvel adapte outros de seus heróis menos conhecidos para séries de TV, e não é à toa que recentemente o próprio ator Charlie Cox comentou sobre a série do Demolidor ter possíveis aparições de Frank Castle (Justiceiro) e do Dr. Estranho, mas no momento são apenas rumores. De qualquer modo, a única certeza no momento é que a "cozinha do inferno" estará sempre sob a guarda do homem sem medo. (R.A.)

TRAILER

segunda-feira, 20 de abril de 2015

ação + velocidade

VELOZES E FURIOSOS 7

Sétima aventura prossegue liderando as bilheterias e já é o filme mais lucrativo da franquia


  Ao estrear com aproximadamente um ano de atraso devido à morte trágica de Paul Walker, Velozes e Furiosos 7 consegue realizar seu maior feito além de ter que lidar com a perda de um de seus astros. A nova aventura que teve estréia aqui no Brasil em 7 de abril e desta vez é comandada por James Wan, lidera as exibições nos cinemas norte-americanos e já fez nada menos que US$1, 15 bilhão no mundo todo. Isto é um feito mais que notável, pois é o primeiro filme da Universal Studios a atingir a marca do bilhão e isso em apenas 17 dias desde sua estréia nos Estados Unidos e é o vigésimo filme na história de Hollywood com bilheteria bilionária.

Em algumas cenas nos momentos finais da trama Paul foi substituído
por seus dois irmãos que por sinal são muito parecidos com ele fisicamente
 e ainda o rosto de Paul foi digitalizado sobre o rosto de seus irmãos. 
 Na trama Vin Diesel eternamente interpretando Dominic Toretto, o careca bom de volante e bom de briga passa por momentos felizes ao lado de seus amigos que ele considera como família, especialmente sua irmã Mia (Jordana Brewster) e Brian O´Conner, pela última vez vivido pelo agora saudoso Paul Walker. Apesar do aparente clima de paz e tranquilidade, Dom logo descobrirá que seus dias de paz não durarão por muito tempo, pois um outro careca que também é bom de volante e de briga está prestes a surgir em seu caminho para caçar sua família a todo custo, um homem com desejo de vingança  e habilidades altamente letais.

Hobbs Vs Deckard
  Deckard Shaw, interpretado pelo truculento Jason Statham é um ex-agente das forças especiais britânicas e irmão de Owen Shaw (Luke Evans) vilão da aventura anterior que se encontra em estado de coma em algum hospital de Londres. Deckard, que além de ser um agente super treinado é também um homem corrompido e sem limites, faz sua primeira vingança ao enfrentar o gigantesco Hobbs (Dwayne Johnson) após invadir e coletar informações secretas num computador do FBI, e por incrível que pareça, Deckard consegue dar uma surra em Hobbs e mandá-lo para uma UTI.  
Deckard Vs Toretto

  Com Hobbs fora de ação resta a Dom Toretto reunir novamente seus amigos para se protegerem da fúria de Deckard e mais uma vez de uma forma um tanto inesperada Dom terá novamente a ajuda do FBI sendo auxiliado por Mr. Nobody (Kurt Russell) que precisa da ajuda da turma de Toretto para capturar uma organização criminosa que tem negócios com Deckard. E convém dizer que a participação de Russell é uma das melhores da franquia e embora tenha estado um tanto sumido, o ator cult dos anos 80 e 90 continua exatamente com o mesmo carisma que o tornou um dos grandes astros das citadas décadas.




  Obviamente o resto da trama é absolutamente previsível com algumas cenas de ação espetaculares e as demais um tanto absurdas chegando ao ponto de termos que acreditar que Toretto é capaz de voar de um prédio à outro pilotando um potente carro esportivo além de outras cenas impossíveis que parecem ser o grande atrativo da franquia em todos esses anos. 

  Entretanto, o diretor malaio James Wan comprova que na verdade consegue dominar outros gêneros além dos ótimos filmes de horror que o tornaram famoso e para a alegria dos fãs de artes marciais, Wan demonstra talento para filmar cenas de luta que por sinal são o que há de melhor neste filme, com destaque para a participação do astro tailandês Tony Jaa, além da melhor cena de luta entre Michelle Rodriguez e a campeã de UFC Ronda Rousey. 


  Enfim, Fast and Furious 7 é uma boa pedida para uma sessão de cinema descontraída e divertida para um público não muito exigente. Mas convém lembrar que de qualquer maneira vale a pena sim assistir a esse filme nas telonas, ainda mais pela bela homenagem prestada à Paul Walker, homenagem muito justa e digna para o ator que partiu precocemente por conta do horrível acidente de carro ocorrido em novembro de 2013. E nada mais digno que o personagem Brian O´Conner permaneça vivo na franquia ainda que ele se aposente para viver ao lado da esposa Mia e do pequenino Jack. A mensagem final do sétimo filme da franquia foi a mais honesta e honrosa possível para que todos os fãs saibam que Brian não morreu, apenas escolheu um outro percurso... uma outra estrada!

  

TRAILER




Velozes e Furiosos 7 (Fast and Furious 7, 2015)
Direção:James Wan 
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Jason Statham, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Kurt Russell,Ronda Rousey, Djimon Hounsou, Tony Jaa

segunda-feira, 13 de abril de 2015

épico religioso

ÊXODO - Deuses e Reis

Grande sucesso recente nos cinemas dirigido por Ridley Scott já está disponível nos formatos digitais


  A jornada bíblica de Moisés para conduzir o povo hebreu à terra prometida ganhou uma nova visão pelas mãos de Ridley Scott, versão esta não menos grandiosa que o clássico Os dez mandamentos (1956) dirigido pelo lendário Cecil B. de Mille. Embora muitos possam considerar Êxodo - deuses e reis como uma refilmagem do clássico dos anos 50, na verdade não se trata de refilmagem, considerando que é uma história pertencente à bíblia sagrada e como tantas outras histórias, pode ser recontada várias vezes pelo cinema e assim apresentar diferentes visões de vários cineastas. 
  Neste filme a jornada de Moisés é iniciada já a partir de fase de sua vida adulta, de modo que partes sua infância e juventude retratados no clássico de 1956 não são mostrados aqui, além do fato de Ridley Scott retratar um Moisés essencialmente guerreiro, que ao lado de Ramsés, filho legítimo do faraó, tem também a honra de ser considerado príncipe, embora seja um filho adotivo, além de não ser egípcio. O antagonismo entre os distintos irmãos não demora a aparecer, tal como muitos já sabem com base no filme clássico.



  Demonstrando sua experiente habilidade em comandar épicos a exemplo de Gladiador e Cruzada, Scott repete todo o cuidado estético de seus filmes anteriores e ao que parece vários dos cenários retratados em Êxodo parecem ser reais tendo poucos efeitos digitais para completar a concepção visual. Inclusive nas cenas que retratam a invasão das pragas do Egito foram utilizadas rãs verdadeiras pelo que se pode notar.



  Como sempre Scott demonstra bastante cuidado na escolha do elenco, trazendo Christian Bale como um imponente Moisés, o ótimo Joel Edgerton que interpreta um Ramsés que gradativamente vai revelando profunda arrogância necessária ao vilão, e demais rostos conhecidos tais como Sigourney Weaver (sempre rejuvenescida), John Turturro no papel do faraó e Ben Kingsley bem representado num escravo hebreu embora tenha feito poucas cenas.


  Assim como no clássico de 1956 tanto como em diversas produções da TV, Scott retrata Moisés também como um sujeito heróico e faz questão de representar o príncipe adotivo do Egito como um autêntico militar, tanto que Moisés não abandona sua espada egípcia nem mesmo depois que se torna um profeta, além do que o próprio Deus representado na figura de um simples menino lhe diz que precisa de um general para cumprir sua missão. Quem já leu a passagem bíblica do Êxodo sabe muito bem que Moisés não foi um guerreiro e nem mesmo tinha perfil para ser líder de um povo, pois não tinha nenhuma empatia com as pessoas, além do fato de ser gago. Além disso, quem realmente se comunicava com todos era Aarão, considerado o primeiro sumo sacerdote dos hebreus e um tipo de porta-voz que sempre acompanhava Moisés para ajudá-lo em sua nobre missão.


  Atualizando os efeitos visuais em relação às produções antigas, Êxodo se mostra bastante original em retratar o milagre da abertura das águas do mar de um modo diferente e um pouco inesperado o que nos faz lembrar que a produção não se trata de refilmagem e sim de uma nova visão de uma história bíblica que pode ser recontada inúmeras vezes, tanto é que aqui as tábuas da lei que contém os 10 mandamentos só aparecem nos momentos finais da trama.
  Extremamente superior a Noé (Noah, 2014), que para muitos foi uma produção apenas medíocre, Êxodo - deuses e reis tem tudo para ser relembrado e revisto quantas vezes for necessário à satisfação dos cinéfilos. Enfim, um novo clássico bíblico e cinematográfico que após o sucesso nas telas pode ter uma trajetória promissora nos formatos  digitais. E que venham mais épicos bíblicos dos estúdios de Hollywood.

TRAILER


Êxodo - deuses e reis (Êxodo - gods and kings, 2014)

Direção: Ridley Scott

Roteiro: Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Cane, Steven Zaillian 

Elenco: Christian Bale, Joel Edgerton, John Turturro, Ben Kingsley, Sigourney Weaver, María Valverde, Aaron Paul