quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ação apocalíptica

FIM DOS DIAS 

Há 15 anos, Schwarzenegger enfrentava forças das trevas para salvar o mundo


  O ano era 1999 e o mundo estava prestes a presenciar virada do século XX para o século XXI, e o jubileu que marcava entrada de um novo milênio na história da humnidade vinha cercado de temores e crenças seculares a respeito do suposto fim do mundo ou fim dos tempos como se diz popularmente. E o cinema não poderia ficar indiferente diante de tais crenças que na verdade sempre foram uma boa fonte de idéias que normalmente resultam em filmes interessantes -  e o resultado disso no final da década de 90 foi Fim dos Dias (End of Days, 1999), estrelado por Schwarzenegger alguns anos antes de sua candidatura política. 
  Dirigido pelo competente Peter Hyams quem em 1994 dirigiu Van Damme no sucesso Timecop - O guardião do Tempo (Timecop), End of Days trazia um Schwarzenegger levemente revigorado após uma cirurgia cardíaca que fizera em 1998 e cujo último filme fora o grande fiasco Batman & Robin (1997) dirigido por Joel Schumacher, filme excessivamente cartunesco e muito aquém da boa filmografia do astro, não que Fim dos Dias seja o seu melhor filme, mas certamente é um dos mais interessantes. 


  A proposta para que Schwarzie estrelasse um filme de horror já era mais do que interessante, pois como seria um filme de horror estrelado pelo brutamontes? A resposta que não é tão obvia resultou num trhiller de ação e suspense mesclado com elementos de horror que não fazem feio a nenhum típico filme de terror, pois o vilão da trama é ninguém menos que Lucifer, interpretado pelo magistral Gabriel Byrne, que vem à Terra  para implantar seu reino e escravizar a humanidade. 

  Jéricho Cane, interpretado por Schwarzie, é um simples policial da cidade de Nova Iorque, que leva uma vida um tanto vazia e até sentido após perder sua esposa e sua filha alguns anos antes quando seu apartamento foi invadido por criminosos alguns anos antes. No início da narrativa ele está prestes a cometer suicídio ao apontar uma pistola na testa, mas antes que puxe o gatilho, alguém bate a porta, e Cane resolve atender, pois é seu amigo e colega de trabalho, Bobby Chicago (Kevin Pollak) que veio chamá-lo para mais um dia de trabalho, mas que não será muito rotineiro, pois ambos foram designados pelo para escoltar e proteger um importante banqueiro que estava de passagem pela cidade para o reveillon. 



  O magnata interpretado por Gabriel Byrne é o hospedeiro de Lucifer cuja vinda à Terra é justamente na cidade de Nova Iorque para encontrar aquela que lhe foi prometida para gerar o anti-cristo, e a tal moça destinada a esse fardo é Christine York (Robin Tunney), pois ela faz parte de uma profecia que a torna a genitora da criança que dará início ao fim dos dias. 


  O roteiro escrito por Andrew H. Marlowe traz boas surpresas que vão desde conspirações religiosas até momentos de puro horror como a arrepiante cena que mostra um padre crucificado no teto no quarto de um hospital, algo difícil de imaginar num filme estrelado por Schwarzenegger, mas houve também alguns furos tal como uma perseguição entre Jericho e um padre homicida que tenta matar o banqueiro, pois tal perseguição se passa antes de o banqueiro ser possuído pelo demônio, quando na verdade deveria se passar depois da possessão. Outra boa surpresa é apresentar um Schwarzenegger num personagem fragilizado pela dor de suas perdas e por sua crise de falta de fé, embora o ator tenha pouco alcance dramático para tal papel. 


  E como não poderia faltar, a produção também contou com ótimos efeitos visuais que vão desde efeitos em CGI até maquetes extremamente realistas como a igreja de São João, onde Jericho trava o confronto final com o demonio. Os efeitos foram produzidos pela Rhythm and hues, empresa que anos depois produziu os efeitos de O incrível Hulk (2008). 


  O clima extremamente macabro é favorecido pela excelente fotografia assinada pelo próprio Hyams que além de comandar o filme demonstra talento para a direção de fotografia que é um outro oficio, o que o torna um bom realizador, além do ótimo cineasta que é, embora tenha pouco reconhecimento. End of Days infelizmente foi um fracasso de bilheteria fazendo pouco mais de US$ 66 milhões para um orçamento estimado de US$ 83 milhões, o que é uma pena, pois este é certamente um dos filmes mais interessantes de Schwarzie que mais uma vez provou não ter medo de propostas diferentes e mais ousadas para reinventar sua carreira. E com certeza, Fim dos Dias é uma boa opção para assistir num feriado de ano novo ;-)

TRAILER





Fim dos Dias
(End of Days, 1999)

Direção: Peter Hyams

Roteiro: Andrew H. Marlowe

Elenco: Arnold Schwarzenegger, Kevin Pollak, Robin Tunney, Gabriel Byrne, Rod Steiger, Udo Kier, CCH Pounder
  

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

relatório: terminator

Exterminador do Futuro

30 anos do clássico de James Cameron e 10 curiosidades que você precisa saber


 Em 1984 estreava nas telas mundiais do cinema The Terminator, dirigido por um jovem cineasta canadense chamado James Cameron e pelo astro em ascensão Arnold Schwarzenegger. A ficção científica com trama de suspense e recheada de ação tornou-se um dos grandes sucessos dos anos 80 e um dos filmes mais cultuados da história recente do cinema, revelando a genialidade de Cameron tanto para sci- fi quanto para a ação. Para os fãs nostálgicos ou para os mais novos aqui vai uma lista de 10 curiosidades sobre este clássico.

1- James Cameron diz ter se inspirado num sonho (ou pesadelo) para criar o personagem vivido por Schwarzenegger em seu roteiro. No sonho, um ciborgue vindo do futuro aparecia para Cameron dizendo que veio para matá-lo.

2- Além do criativo sonho que teve, Cameron também teve outra rica fonte de inspiração, a hq X-Men - Dias de um Futuro Esquecido (Days of the future past) publicada no início dos anos 80 e cujo argumento engenhoso serviu de base para James Cameron desenvolver seu próprio roteiro de viagem no tempo conforme é visto em O Exterminador do futuro. 

3- Antes da escolha de Schwarzenegger para interpertrar o ciborgue do futuro, o ator Lance Henriksen chegou a fazer testes para o papel, mas felizmente parece não ter sido aprovado já que a melhor escolha foi o fisiculturista austríaco, talvez devido ao seu porte físico que caiu muito bem para o papel. Henriksen então foi escolhido para fazer um personagem policial que aparece na metade do filme. 


4 - segundo dados do IMDB, o filme fez cerca US$ 38 milhões nas bilheterias estadunidenses para um orçamento de apenas US$ 6,4 milhões.


5 - Linda Hamilton que fez o papel de Sarah Connor estava em início de carreira, mas sua trajetória em Hollywood não chegou a ser longa, vindo a fazer poucos filmes bem como a sequência O Exterminador do Futuro 2 (1991). Também estrelou a série de Tv A Bela e a Fera, de 1987.


6 - Cameron economizou ao máximo na produção, tanto que notadamente o que há de melhor em efeitos visuais ficou limitado ao assustador esqueleto metálico do ciborgue T-800 que aparece nos momentos finais da trama, o que deu um perfeito clima de horror à aventura. 




7- Bill Paxton à época com 18 anos de idade e iniciando carreira fez uma ponta no início do filme no papel de um punk com um visual de cabelos espetados tingidos de azul.



8 - Os códigos de computação que ilustram a visão do exterminador no filme são parta da linguagem de programação Assembler do Apple 2+, e os demais foram escritos em linguagem Cobol. 





09 - Michael Bien, que interpretou Kyle Reese, o soldado que veio do futuro para proteger Sarah Connor, posteriormente atuou em mais dois filmes de Cameron, Aliens - o resgate (1986) e O Segredo do abismo (1989). Porém nunca se tornou astro em Hollywood embora seja talentoso. 




10 - O Exterminador do futuro chegou a ser explorado em algumas HQ´s, como essa edição especial publicada pela editora Dark Horse em 2001 escrita por James Robinson e desenhada por Matt Wagner. 





quinta-feira, 20 de novembro de 2014

super dicas

LANÇAMENTOS RECENTES EM DVD E BLU RAY




Disponível em DVD desde agosto, Identidade Especial é o novo filme do astro chinês Donnie Yen no qual ele interpreta Zilon "Dragon" Chen, um policial que trabalha infiltrado na maior e mais cruel gangue chinesa. Quando os membros da quadrilha descobrirem quem ele realmente é, terá de fazer todo o possível para salvar a si mesmo e sua família.






O novo filme de Van Damme traz a história do maior assalto de Las Vegas, no qual uma quadrilha de 5 homens conhecida como "Rat Pack" roubam mais de 100 milhões de dólares do Sapphire Cassino. Quatro são apanhados, mas apenas um (Van Damme por sinal) consegue escapar. Após cumprirem 10 anos de prisão, os quatro saem em busca do cúmplice para reaver o dinheiro do assalto, mas em sua busca até a uma pequena cidade num local um pouco distante de Las Vegas, eles encontram não mais o mesmo parceiro de crime, mas agora um homem da lei que parece não ter nenhuma lembrança do passado de crimes. Um violento confronto entre ele e os quatro será inevitável!








Lançado em outubro nos formatos digitais, No Limite do amanhã, sucesso de Tom Cruise traz a história de uma batalha ocorrida num futuro próximo em que um grupo de soldados morrem e voltam diversas vezes devido à uma falha temporal que faz com que o tempo repita o mesmo evento infinitas vezes. Tal batalha pode definir o destino da humanidade.








Após estrear no cinemas em À toda prova (2011) e Velozes e Furiosos 6 (2013), a lutadora de MMA Gina Carano parece mesmo disposta a investir na carreira de atriz. Recentemente ela estrelou Sangue na Veia, que parece ter sido feito diretamente para o mercado de vídeo. Ela interpreta Ava, uma lutadora que guarda um passado sombrio e após o desaparecimento de seu marido durante a lua de mel no Caribe, Ava passa a investigar e descobre um submundo de conspiração, onde ela terá travar a maior batalha de sua vida para descobrir o paradeiro de seu marido, valendo-se de suas técnicas letais de combate. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

gato & rato

TEMPORADA DE CAÇA

Travolta caça De Niro em trhiller de ação psicológico 


 Lançado há pouco tempo nos formatos digitais, o filme Temporada de Caça (Killing Season, 2013) reúne pela primeira vez os astros veteranos Robert De Niro e John Travolta. Dirigido por Mark Steven Johnson que comandou as péssimas adaptações de quadrinhos Demolidor - O homem sem medo (DareDevil, 2003) e Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider, 2007), o diretor mostra-se um pouco melhor neste trhiller que traz os lendários atores. 
  Robert De Niro é Benjamim Ford, um ex-veterano militar que lutou na guerra da Bósnia ocorrida na década de 90, portanto cerca de 20 anos atrás. John Travolta é Emil Kovac, uma vítima sobrevivente da guerra que se tornou militar e agora parece prestar serviços como mercenário, ou ao menos, é o que o roteiro escrito por Evan Daugherty parece sugerir. Mas o o fato é que Kovac quer muito acertar as contas com o passado e para sua surpresa, ele consegue encontrar o alvo exato de sua vingança, pois no início da narrativa alguém o contrata para caçar um dos militares que esteve na citada guerra - e o tal militar veterano é justamente Benjamim Ford, que após divorciar-se de sua esposa passou a viver isolado como se fosse um homem da montanha numa cabana  de madeira situada próxima a bosques e vales.

  Após receber as informações sobre a localização de Benjamim Ford, Kovac deixa a Sérvia, seu país de origem, e parte para o interior dos Estados Unidos em direção à região dos Apalaches munido de um arsenal de caça, e num dia muito chuvoso caminhando por uma estrada de chão de um bosque, Kovac acaba encontrando Ford por um acaso e fingindo boas intenções lhe ajuda a consertar o carro que apresentou algum defeito de ignição.

  O que vem em seguida é até óbvio, de modo que os veteranos criam um vínculo de amizade, pois Ford em retribuição pela ajuda convida Kovac para jantar em sua casa, e este aceita o convite que mais tarde também faz um convite à Ford para uma caçada pelos vales no dia seguinte, cuja fauna é rica e muito atraente para caçadores - porém durante a tal caça, Kovac revela suas reais intenções, e Ford descobre que é o alvo, e seu suposto novo amigo é um oponente - e Ford, tal como um "velho Rambo", tem também um preparo adequado para situações de tal tipo, Kovac encontra um adversário à altura para a caçada humana.

  Apesar de uma interessante premissa e um bom enredo favorecido pelo carisma dos atores, Killing Season infelizmente não é nem de longe o grande filme que poderia ser, ou pelo menos o que se poderia chamar de um ótimo filme, pois os problemas vão se tornando cada vez mais evidentes. O jogo psicológico que Kovac pretende fazer com Ford ao longo da narrativa vai se tornando algo entendiante e às vezes confuso - afinal o que ele quer realmente? Torturar Ford fazendo-o lembrar-se dos horrores da guerra para então matá-lo aos poucos ou conduzi-lo a uma espécie de redenção? É até perceptível que talvez Kovac espere alguma redenção de Ford, como parece sugerir uma cena tensa que se passa no interior de uma capela abandonada, mas... qual a razão de esperar redenção de um inimigo se o objetivo final é a vingança??






  O jogo de gato e rato entre ambos com surpresas e reviravoltas vai se tornando por vezes um tanto cansativo pelas tentativas repetitivas que parecem tentar surpreender o espectador. Entretanto, o thriller não é de todo ruim e felizmente vale-se de bons momentos de suspense e cenas de ação corretamente elaboradas, e Mark Steven Johnson merece créditos por isso, como na cena em que Ford atinge Kovac com uma flecha que lhe atravessa o rosto.
 Na soma final dos fatores, as atuações de Travolta e De Niro não resultam num grande encontro, embora inicialmente os personagens tenham uma boa interação, bem como o filme resulta numa idéia pouco aproveitada, distante das telas do cinema e direcionada para o mercado de vídeo e exibições na Tv aberta ou na assinatura, onde poderá encontrar melhores caminhos para tal caçada.





TRAILER




Temporada de Caça (Killing Season, 2013)

Direção:Mark Steven Johnson

Roteiro:Evan Daugherty

Elenco:Robert De Niro, John Travolta, Milo Vertimiglia, Elisabeth Olin


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

épico vampírico

DRÁCULA - A história nunca contada

Filme estrelado por Luke Evans refaz a lenda do grande vampiro


  Dos confins da Europa medieval, mais precisamente de um país chamado Romênia, por volta do século XV, lendas e mistérios em torno da figura de um príncipe guerreiro aclamado como herói por ter libertado seu povo do domínio turco, séculos depois influenciou profundamente o folclore, a literatura universal e posteriormente o cinema de um modo irreversível... e por isso mesmo, surpreendente. Drácula, o grande vampiro foi protagonista de tantos filmes, chegou a aparecer em histórias em quadrinhos e até séries de TV, que provavelmente é impossível alguém não ter ouvido seu nome, inclusive as novas gerações. E é justamente para o atual público que frequenta os cinemas que o personagem foi reformulado num interessante filme que mescla horror e aventura épica.
O príncipe romeno Vlad Dracul,
 mais conhecido como Empalador 
foi a fonte de inspiração para
Bram Stocker na criação
do vampiro Drácula
  Quando o escritor irlandês Bram Stocker (1847-1912) inspirado na história do Príncipe Vlad, resolveu criar um personagem vampiro utilizando a figura do citado nobre, talvez nem imaginasse que seu personagem alcançaria tal sucesso ao longo dos tempos, tanto quanto seu romance literário intitulado Drácula viria a se tornar um clássico da literatura universal tal como Frankenstein de Mary Shelley, O médico e o monstro de Robert Louis Stevenson, e vários outros clássicos tão conhecidos.

 Tamanho legado histórico citado nos parágrafos àcima justificam perfeitamente a inspiração do diretor Gary Shore para comandar a super produção que está em cartaz atualmente nos cinemas, Drácula - a história nunca contada (Drácula Untold, 2014), roteirizado por Matt Sazama e Burk Sharpless que fizeram um interessante cruzamento entre parte da história do príncipe Vlad, o empalador, e o personagem vampírico de Bram Stocker. Entretanto convém lembrar que Francis Ford Copolla foi o primeiro a fazer algo assim no filme Drácula de Bram Stocker, porém sendo mais fiel ao material do livro.
  Mas o filme de Shore toma rumos diferentes ao transformar Vlad em um herói que quer mais do que tudo defender seu povo e sua família a qualquer custo e o personagem embora bem representado pelo ator galês Luke Evans, não tem o menor traço de loucura ou alguma centelha de maldade ao contrário do vampiro literário e do filme de Copolla interpretado por Gary Oldman, e os demais filmes clássicos do vampiro. Em outras palavras, o Drácula de Evans é retratado como um verdadeiro herói, o que o torna menos complexo e mais aceitável para o atual público jovem que frequenta as salas de cinema em busca de aventura.


Na trama o sultão turco Mehmed II (Domic Cooper) faz um pedido um tanto inusitado: ele quer que o príncipe romeno lhe entregue mil garotos para serem treinados para futuramente serem soldados de seu poderoso exército, inclusive ele quer o filho de Vlad, que a princípio concorda em cumprir a tal ordem sob pena de alguma represália do sultão para com o povo romeno.



  No dia em que entregaria seu filho aos oficiais de Mehmed, Vlad se rebela e os mata rapidamente com sua espada - obviamente Mehmed se irrita e fará uma retaliação e Vlad numa tentativa desesperada de salvar sua família e seu povo, faz um estranho acordo com um homem misterioso que habita uma caverna e ganha poderes obscuros após beber o sangue que o estranho ser lhe oferece para que ele adquira a força necessária para derrotar o exército turco.

  Vlad então adquire poderes sobrenaturais, força e velocidade que parecem ilimitadas, audição muito apurada e o poder de se comunicar com animais e as forças da natureza, ou de transformar seu corpo físico num bando de morcegos ferozes num show de efeitos visuais que dão o tom da aventura. Em outras palavras, ele parece se tornar um "super-homem das trevas" e seus homens tem pouca chance de lutar contra os turcos já que ele com suas novas habilidades os derrota sozinho nas batalhas que se seguem. Entretanto o preço a ser pago por tais poderes é alto, e Vlad terá de resistir à sede de sangue até o fim do acordo ou viverá eternamente sob o domínio das trevas.


  Embora o personagem ou mesmo o filme não superem clássicos como O Vampiro da noite (Horror of Drácula, 1958) ou o já citado Drácula de Bram Stocker (Bram Stocker´s Drácula, 1992), o roteiro refaz a lenda de forma engenhosa e satisfatória e até os fãs mais nostálgicos que "torçam o nariz" para este novo Drácula podem se surpreender com a sombria aventura épica que resgata a dignidade dos vampiros que havia se perdido pela mediocridade da saga Crepúsculo. E embora a performance de Luke Evans não possa ser comparada à de Christopher Lee, não se pode negar que é o único vampiro de respeito no cinema dos tempos atuais.

TRAILER






Drácula - A história nunca contada (Drácula Untold, 2014)

Direção: Gary Shore
Roteiro: Matt Sazama e Burk Sharpless

Elenco: Luke Evans, Sarah Gadon, Dominic Cooper, Charles Dance, Art Parnkinson

  

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

missão marítima

A FORÇA EM ALERTA

Há cerca duas décadas Steven Seagal alcançava o estrelato numa missão em alto-mar


  O ano era 1992 e o cinema de ação moderno continuava cada vez melhor, comandado por bons diretores, roteiros mais sofisticados para os novos tempos de então e a ascenção de novos astros como Steven Seagal, que desde sua estréia marcante em Nico - Acima da lei (1988), passando pelo sucessos Difícil de Matar (1990), Marcado para a morte (1990) e Fúria Mortal (1991), tratava-se de um astro em ascenção, mas a ousada produção de A Força em Alerta (Under Siege) alçara o ator e artista marcial ao estrelato definitivo. 
  Sob o comando de Andrew Davis na direção, o filme orçado em US$ 35 milhões fez cerca US$ 83 milhões em bilheterias só nos Estados Unidos, tendo sido possivelmente o filme de ação mais rentável daquele ano. Davis, um dos melhores diretores de ação naquela época, era sem dúvida a melhor escolha para conduzir Seagal ao estrelato, pois o mesmo cineasta já o havia dirigido em Nico - Acima da lei, filme de sucesso que marcou a explosiva estréia do futuro astro.

  O ótimo roteiro de Under Siege, escrito por J.F. Lawton trazia uma bem estruturada trama de suspense ambientada dentro de um navio da marinha em alto mar, um cenário completamente isolado, longe de qualquer civilização. Porém, o encouraçado USS Missouri não se tratava de um navio qualquer, pois carregava um pesado arsenal de armas nucleares e mísseis controlados por satélite, o que o torna o navio de guerra mais poderoso do mundo, a maior arma de guerra estadunidense em alto mar.


  A viagem marítima parecia transcorrer muito bem inclusive com direito a uma festa de aniversário para o capitão do navio, tendo a visita de uma suposta banda de rock que aterrisa de helicóptero no navio, contratada para o cerimonial. Durante o show, o simpático vocalista ao perguntar à tripulação quem é a mais alta patente da tripulação ali presente, revela suas verdadeira intenções tomando toda a tripulação desprevenida como reféns, pois na verdade a tal banda é um grupo terrorista altamente liderado por Willian Stranix, interpretado por Tommy Lee Jones revelando que não é um simples músico, e sua banda são na verdade um grupo terrorista altamente preparado para se apossar do navio de guerra.



  Além de Tommy Lee Jones, o elenco também conta a presença de Gary Busey, ator conhecido de várias produções de sucesso dos anos 80 como Bala de prata (Silver Bullet, 1985), e aqui interpreta Comandante Krill, um arrogante oficial da marinha que na verdade tem negociações com os terroristas que se apossam do navio.

 Seagal, que na época estava em ótima forma e obviamente faz as vezes de candidato à herói da trama, interpreta Casey Ryback, aparentemente o cozinheiro do navio, que possui muito mais do que meras habilidades culinárias, de modo que mais tarde os vilões e também a tripulação descobrem que Casey é um ex oficial da marinha altamente treinado e capacitado para enfrentar tal tipo de situação.



 Tanto pelas habilidades de Seagal quanto pelo clima de suspense, fica evidente porque Andrew Davis era um dos melhores diretores da época, e por sinal não foi à toa que O Fugitivo, sucesso de 1993 estrelado por Harrison Ford, foi indicado ao Oscar tendo ganho a estatueta  de melhor ator coadjuvante para Tommy Lee Jones.  
 E numa produção de ação dos anos 90 comandada por um elenco masculino não poderia faltar a “cereja do bolo”, e a escolhida da vez foi Erika Eleniak, atriz que esteve no elenco mirim de E.T. o extraterrestre (1982), esteve no seriado The Bay Watch e chegou a ser coelhinha playboy em 1989. Em Under Siege ela faz uma dançarina stripper chamada Jordan Tate, que tem a missão de sair do bolo de aniversário do capitão o navio, mas somente Ryback é que tem o prazer de ver a tal surpresa.



  Com um sucesso absoluto de bilheteria, A Força em Alerta parecia pedir uma sequencia e em 1995 estreou nos cinemas não exatamente uma sequência mas sim uma nova aventura não tão engenhos desta vez ambientada num trem de passageiros sequestrado por terroristas que terão de lidar com as habilidades de um certo cozinheiro que por um acaso encontra-se à bordo da locomotiva. Porém , ao menos na carreira de Seagal é difícil encontrar filme que supere o primeiro Under Siege que é seguramente um dos melhores thrillers de ação dos anos 90 tendo sido marcante numa época em que o gênero se modernizava e trazia melhores argumentos para a construção de uma ação mais realista que se tornou algo bem comum no cinema de hoje.


TRAILER



A força em alerta (Under Siege, EUA, 1992)

Direção: Andrew Davis

Roteiro: J.F. Lawton

Elenco: Steven Seagal, Gary Busey, Tommy Lee Jones, Erika Eleniak, Patrick O´Neal, Nick Mancuso



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

dica quente

Breakdown ganha nova edição em DVD





  Boa notícia para todos os fãs de Kurt Russell, e também para os fãs de um bom suspense, pois Breakdown - Implacável Perseguição foi relançado recentemente em DVD e desta vez com opção de dublagem. Dirigido por Johnatan Mostow, este sucesso de 1997 traz Kurt Russell na pele de Jeff Taylor, um sujeito bem sucedido que junto com a esposa Amy, interpretada por Kathleen Quinlan, fazem uma longa viagem em sua picku-up por um longo percurso desértico e de forma muito repentina, Amy desaparece misteriosamente e Taylor se vê numa busca desesperada para encontrá-la a qualquer custo. Sem dúvida, um dos melhores filmes de Russell. 







quinta-feira, 16 de outubro de 2014

fuga alucinante

CONDUÇÃO PERIGOSA

John Cusack e Thomas Jane numa aventura regada a piadas e alta velocidade


  Lançado recentemente em dvd e blu ray, Condução Perigosa (Drive Hard, 2014) reúne o astro John Cusack e Thomas Jane, que não tornou-se astro mas ficou bem conhecido em vários filmes como o sucesso O Nevoeiro (2007) ou o fracasso O Justiceiro (2003), Drive Hard revela-se uma aventura divertida e em certos momentos bem hilária, ancorada pela boa interação dos atores que se entregam livremente às trapalhadas de seus personagens. 
  Dirigido por Brian Trenchard-Smith e roteirizado por Brigitte Jean Allen e Chad Law, esta produção canadense de apenas 12 milhões de dólares traz Thomas Jane no papel de Peter Roberts, um instrutor de auto-escola que leva uma vida normal ao lado da esposa e da filha pequena. Num dia como outro qualquer, Roberts iniciou aulas com um novo aluno, Simon Keller (Cusack) - mas logo Roberts descobrirá que aquele não será um dia qualquer assim como Keller não é um aluno qualquer, mas um criminoso extremamente profissional que armou um plano perfeito para assaltar um banco e o pobre instrutor irá ajudá-lo na tal empreitada.



  Roberts é um ex-piloto de stock car, tendo sido campeão por várias vezes. Sabendo disso Keller propositalmente se faz passar por aluno de Roberts e utiliza as habilidades do ex-piloto para empreender uma fuga perfeita após roubar uma grande quantia em dinheiro de um banco. Peter Roberts passará pelos piores momentos de sua vida ao se ver envolvido em tal encrenca, pois ele sempre trabalhara honestamente e nunca fizera nada errado a não ser, talvez, por ter abandonado a carreira de piloto e levar uma vida comum como instrutor de direção.
  Por sinal, a melhor coisa que Roberts sabe fazer é mesmo pilotar, pois é um cara extremamente desastrado em outras atividades, algo que rende ótimos momentos de humor com a ótima interpretação de Thomas Jane, além de boas cenas de fuga e perseguição. Já John Cusack também rouba a cena ao interpretar Keller, que é um criminoso extremamente inteligente e metódico, além de mostrar-se bastante prestativo e sensato, pois ele deixa claro que dará a Roberts uma boa parte da grana, caso tudo ocorra conforme o planejado.


  Quanto à Keller ser metódico é algo admirável e até engraçado no contexto da aventura, pois ele utiliza uma pistola com balas de borracha para convencer Roberts a ajudá-lo e também para se defender em situações de agressão, mas obviamente ele também carrega munição letal, caso o uso seja realmente necessário. Cusack mostra-se claramente à vontade em seu personagem que revela-se divertido, e a composição de seu figurino é no mínimo curiosa, sendo que ele passa o filme inteiro vestindo um boné e utilizando um grande óculos escuro como se fosse uma espécie de máscara, e o seu disfarce não diminui em nada seu carisma,  pois é um sujeito bastante descolado e com muita empatia.


  Enfim, com boas perseguições automobilísticas e ótimas tiradas de humor Condução Perigosa revela-se uma aventura bastante hilária e embora não seja o melhor filme de Cusack ou Jane, é diversão garantida para uma típica "sessão da tarde" de fim de semana. Mas vale lembrar que é o tipo de ação que nãos e leva a sério, apenas um bom passatempo que vale a pena conferir.

TRAILER



Condução Perigosa (Drive Hard, 2014)

Direção: Brian Trenchard-Smith

Roteiro: Brigitte Jean Allen e Chad Law

Elenco: John Cusack, Thomas Jane, Andrew Buchanan, Cristopher Morris, Damien Garvey, Yesse Spence, Zoe Ventoura